A Polícia Técnico-Científica de São Paulo confirmou a presença de metanol em bebidas de duas distribuidoras do Estado.
Uma força-tarefa foi criada para investigar as intoxicações causadas pela substância e 17 fiscalizações da Vigilância Sanitária, Procon-SP e Polícia Civil foram realizadas em bares, adegas e distribuidoras na semana passada.
As investigações buscam saber agora se foram dessas duas distribuidoras que saíram as bebidas que causaram as duas mortes registradas no Estado de São Paulo. Outros sete óbitos estão sob investigação.
Até o momento, 192 casos de intoxicação por metanol foram registrados no Estado, 14 deles confirmados, e os demais ainda sob investigação, segundo afirmou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em entrevista coletiva nesta segunda-feira (6/10).
A principal linha de investigação é o uso de metanol para aumentar o volume de bebida adulterada. No entanto, a contaminação por metanol usado na limpeza de garrafas reaproveitadas também é uma hipótese.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que, até o momento, “não há nenhum indício de participação” do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas contaminações.
- Quais são os antídotos para intoxicação por metanol — e como custo interfere nisso
- O teste rápido e barato que detecta metanol e pode salvar vidas, mas que ainda espera investimento
- Sistema nervoso, pulmões, coração: como o metanol age no corpo e pode provocar falência de órgãos
Isso porque, segundo Derrite, as pessoas que foram presas no âmbito da investigação até agora não têm relação com a facção criminosa, e os lugares onde foram constatadas bebidas adulteradas são distintos.
Somente na semana passada, 20 pessoas foram presas. Segundo o governador, o principal fornecedor de insumos para falsificação de bebidas do Estado está entre os detidos.
No entanto, até agora não se sabe a origem do metanol.
No fim de agosto, a Polícia Federal, a Receita Federal e órgãos como o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagraram a Operação Carbono Oculto. As investigações apontaram que o PCC utilizava combustível adulterado com metanol importado irregularmente para lavar o dinheiro do crime.
Segundo o governador, onze estabelecimentos de comércio de bebidas, bares, adegas e distribuidoras foram interditados cautelarmente devido à constatação de bebidas sem comprovação de origem, para a averiguação da procedência dos produtos.
Além disso, outros oito estabelecimentos tiveram inscrições estaduais suspensas cautelarmente, sendo seis 6 distribuidoras e dois bares.
O total de notificações no Brasil chegou a 225, segundo o levantamento mais recente do Ministério da Saúde divulgado neste domingo (5/10), incluindo casos confirmados e suspeitos, além de óbitos.
Até o momento, 16 casos foram confirmados e 209 estão em investigação.