A Nvidia acaba de alcançar um marco sem precedentes na história corporativa: tornou-se a primeira empresa a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado. As ações da fabricante de chips abriram o pregão desta quarta-feira cotadas a US$ 207,86, colocando a companhia acima da marca simbólica.
O feito acontece pouco mais de três meses após a empresa ter superado os US$ 4 trilhões, ritmo de crescimento considerado “impressionante” pelo site Quartz, que publicou a reportagem original. Em outubro de 2022, a Nvidia valia cerca de US$ 337 bilhões — menos de 10% de seu valor atual.
A empresa tem sido o motor da atual revolução em inteligência artificial, impulsionando modelos generativos e sistemas de aprendizado profundo com seus processadores gráficos (GPUs). O CEO Jensen Huang, em tom bem-humorado, disse durante o evento anual GTC, realizado pela primeira vez em Washington, que “toda vez que digo a palavra ‘quântico’, o preço das ações sobe”.
O novo epicentro da corrida tecnológica
Durante a conferência, a Nvidia anunciou um investimento de US$ 1 bilhão na Nokia para o desenvolvimento de tecnologias 6G e apresentou novas iniciativas em computação quântica e infraestrutura de “fábricas de IA”. Após o evento, Huang seguiu para a Coreia do Sul, onde deve se reunir com o presidente Donald Trump para discutir o papel da empresa nas relações comerciais com a China.
O avanço da Nvidia contrasta com o desempenho de outras gigantes de tecnologia. Antes dela, quem dominava os recordes era a Apple, que foi a primeira a ultrapassar as marcas de US$ 1 trilhão, US$ 2 trilhões e US$ 3 trilhões, mas perdeu ritmo à medida que ficou para trás na corrida da inteligência artificial.
De acordo com dados citados pelo Quartz, a Nvidia agora vale mais do que todos os setores de energia, imóveis e materiais do índice S&P 500 somados. Suas ações subiram mais de 45% desde o início do ano e acumulam alta de 1.500% nos últimos cinco anos.
Euforia ou bolha?
O recorde reacende o debate sobre uma possível bolha da inteligência artificial. O economista-chefe da Apollo Global Management, Torsten Slok, afirmou em julho que as ações de IA estão ainda mais supervalorizadas do que as empresas de tecnologia antes do estouro da bolha “ponto-com” em 1999. O empresário Joe Tsai, presidente do Alibaba Group, e o executivo Tom Siebel, ex-CEO da C3.ai, também alertaram para o risco de euforia excessiva.
Outros analistas, porém, mantêm uma visão otimista. Em nota recente, o Goldman Sachs argumentou que os investimentos atuais são proporcionais ao valor econômico que a IA poderá gerar. Segundo o banco, a aposta em infraestrutura e chips deve se mostrar sustentável enquanto as empresas acreditarem que os retornos futuros compensarão o investimento pesado feito agora.






