(CBS NEWS) – Fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender, alterações visuais, tontura e perda de equilíbrio. Quando se pensa em AVC (Acidente Vascular Cerebral), os sintomas perceptíveis são os mais citados. Mas, na verdade, a ausência deles caracteriza a maioria dos derrames mundo afora.
A demência é o principal sintoma do AVC silencioso, caracterizado por não ser súbito ou visível, mas que se acumula com o tempo e têm um grande impacto na cognição. Médicos dizem que não se deve, de maneira alguma, ignorá-lo.
Um estudo da Associação Americana do Coração diz que, para cada pessoa que sofre um AVC com sintomas claros, cerca de dez são silenciosos. O estudo ainda mostra que entre 8% e 31% da população apresenta essas lesões, e o número aumenta com a idade.
A neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC, diz que os “pequenos infartos silenciosos” (como são chamados pequenos AVCs isquêmicos) acontecem porque pequenas áreas do cérebro vão perdendo circulação ao longo dos anos, causando um declínio progressivo da memória, do raciocínio, do juízo e da capacidade de planejamento.
Segundo a médica, os AVCs não são realmente silenciosos -sua manifestação é a perda de memória e o comprometimento cognitivo, o que faz com que o AVC seja a segunda principal causa de demência no mundo.
Os sintomas podem não ser súbitos, mas se acumulam com o tempo e têm um impacto enorme na cognição. Eles são:
– Tontura
– Desequilíbrio
– Visão dupla
– Perda momentânea da visão de um olho
– Dificuldade de coordenar movimento
– Formigamento em parte do corpo
– Confusão mental leve e transitória.
A médica diz que é possível passar anos sem saber que se teve um AVC e encontrar indícios em exames de tomografia ou ressonância. “Nesses casos, o mais importante é investigar por que o AVC aconteceu – se há hipertensão, fibrilação atrial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, entre outros fatores. Identificar e tratar a causa é essencial para evitar novos eventos”, diz Martins.
Percebendo os sintomas, é importante procurar avaliação médica rápida. O tratamento é uma corrida contra o tempo: cada minuto conta. Nos casos leves, se houver demora, há um risco alto de um novo AVC em pouco tempo ou de se tornar grave, diz a neurologista. Os efeitos mais graves da doença são paralisia corporal, perda de visão e de capacidade de fala, coma ou morte cerebral.
A recomendação é procurar rapidamente um centro de saúde que tenha equipamentos que realizam os procedimentos de trombólise e trombectomia.
“Não marque consulta nem procure a UPA. AVC mesmo leve ou AIT (ataque isquêmico transitório) é uma urgência médica e deve ser atendido imediatamente em um centro de AVC”, diz Martins.
Prevenir, no entanto, é a medida mais eficaz. Manter a pressão abaixo de 12/8, não fumar, evitar álcool em excesso, adotar alimentação equilibrada, praticar exercícios, controlar o peso e tratar doenças cardíacas são medidas essenciais.
 
	    	






 
							