A inteligência artificial (IA) deixou há muito de ser apenas tema de filmes de ficção científica e passou a fazer parte do cotidiano, acessível a qualquer pessoa com conexão à internet. De forma ampla, o termo se refere à capacidade das máquinas de realizar tarefas que antes eram exclusivas dos seres humanos.
Hoje, a IA está presente em ferramentas de trabalho, eletrodomésticos e até em veículos autônomos. No entanto, há uma vertente mais específica: a inteligência artificial generativa. Diferente das aplicações tradicionais, que apenas interpretam dados e executam funções, a IA generativa cria conteúdo e ideias — histórias, imagens, vídeos, músicas, jogos e até códigos de programação. Trata-se de um sistema que aprende com grandes volumes de informação e usa esse conhecimento para gerar novas criações.
Alguns exemplos recentes de uso dessa tecnologia, segundo a Amazon Web Services, incluem:
Serviços financeiros — Bancos utilizam chatbots para oferecer recomendações e atendimento automatizado, enquanto instituições de crédito realizam simulações e aconselhamentos personalizados com mais agilidade e menor custo.
Saúde e ciências biológicas — A IA generativa acelera pesquisas de novos medicamentos e possibilita simulações de ensaios clínicos, além de facilitar o estudo de doenças raras.
Comunicação e entretenimento — Apesar das discussões sobre originalidade, a tecnologia permite criar conteúdos jornalísticos e artísticos em menos tempo e com custos reduzidos.
Cuidado: a IA também erra
O advogado João Leitão Figueiredo, da CMS Portugal, alerta que os sistemas de IA generativa ainda estão sujeitos a falhas e devem ser vistos apenas como ferramentas de apoio. Casos de informações falsas já geraram repercussão, como o episódio em que a Google precisou corrigir dados incorretos sobre a jornalista portuguesa Anabela Natário.
“Esse é um tema atual e preocupante. Ainda não resolvemos os problemas dos motores de busca e já enfrentamos as ‘alucinações’ da inteligência artificial generativa”, observou o jurista.
O impacto no pensamento crítico
Um estudo da Microsoft em parceria com a Universidade Carnegie Mellon mostrou que o uso excessivo da IA generativa pode enfraquecer o pensamento crítico. Intitulado O impacto da IA generativa no pensamento crítico, o levantamento conclui que, quando utilizada de forma inadequada, a tecnologia pode prejudicar as habilidades cognitivas humanas.
Os pesquisadores identificaram que, à medida que os profissionais passam a supervisionar o trabalho feito pela IA, em vez de executá-lo, há uma redução no esforço mental e no engajamento crítico.
Embora a IA aumente a eficiência, os autores alertam que a dependência excessiva pode levar à perda da autonomia e à diminuição da capacidade de resolver problemas de forma independente.






