Criado pelo Banco Central e lançado em 2020, o Pix revolucionou as transações financeiras no Brasil. Com adesão massiva, o sistema permitiu transferências instantâneas, gratuitas para pessoas físicas e integradas a bancos e fintechs. Agora, a inovação nacional está sob pressão internacional.
Em julho de 2025, o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros. A justificativa: proteger a indústria norte-americana e responder a práticas comerciais que considera desleais. No centro das acusações está o Pix.
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- Leia também: Muito Pix e pouco dinheiro de papel: as previsões do Google sobre o futuro das transações financeiras e o perfil brasileiro
Da criação à liderança digital
A origem do Pix remonta a 2018, ainda durante o governo Michel Temer. Um grupo técnico do Banco Central começou a desenvolver uma solução moderna, segura e acessível de pagamentos, com apoio de mais de 130 instituições financeiras e do setor público. O lançamento oficial ocorreu em novembro de 2020, já no governo Bolsonaro.
Com mais de 140 milhões de usuários em 2024, o Pix tornou-se referência mundial em pagamentos instantâneos e símbolo da soberania digital brasileira.
O impacto das tarifas e a mira dos EUA
O anúncio das tarifas por parte dos EUA veio acompanhado de uma investigação formal baseada na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. Entre as alegações, os americanos apontam que o Brasil estaria favorecendo o Pix com regulamentações que dificultam a entrada e operação de empresas estrangeiras no setor de pagamentos digitais, como Visa, Mastercard e Amex.
Segundo Washington, isso representaria uma barreira à competição e à livre iniciativa internacional. O governo Trump também cita preocupações com regras brasileiras para redes sociais e plataformas digitais — áreas que, direta ou indiretamente, também impactam o ecossistema do Pix.
Disputa comercial e soberania digital
O embate não é apenas técnico ou comercial. O Pix passou a ser interpretado como um símbolo de um modelo alternativo aos serviços financeiros tradicionais controlados por grandes corporações, muitas delas americanas. Para o governo dos EUA, essa expansão representa uma ameaça à presença de suas empresas em mercados estratégicos, como o Brasil.
A retaliação com tarifas e investigação tem, portanto, um viés político e geoeconômico. É uma tentativa de influenciar decisões regulatórias e tecnológicas em países emergentes.
Consequências para o Brasil e o sistema financeiro
A escalada da tensão traz incertezas. Exportações brasileiras podem ser afetadas, e a expansão do Pix para mercados internacionais — já em curso com acordos na América Latina — pode sofrer reveses. Há também o risco de o Brasil ter que rever políticas públicas em nome de acordos comerciais.
O governo brasileiro, por sua vez, já sinalizou que poderá retaliar. Autoridades afirmam que o sistema Pix é uma inovação de interesse nacional e que não há favorecimento indevido.
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