(UOL/CBS NEWS) – O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) abriu inquérito civil para vetar práticas de discurso de ódio e apologia ao nazismo durante o show do rapper Kanye West, previsto para o dia 29 de novembro, em São Paulo.
Segundo a portaria, obtida pelo UOL, o MP considera que o artista é “antissemita declarado”. Além disso, órgão considera que ele tem histórico de manifestações públicas que glorificam o nazismo. A música “Heil Hitler”, por exemplo, contém trechos de discursos do ditador Adolf Hitler e referências à suástica.
Caso o cantor realize qualquer tipo de apologia ao nazismo durante o show, ele poderá ser preso em flagrante. Órgão usa como base o artigo 20 da Lei 7.716/1989, que criminaliza a discriminação racial e o proselitismo nazista.
O MP também notificou a Prefeitura de São Paulo e o Comando de Policiamento de Choque da PM para adotar medidas preventivas. Policiais devem permanecer de prontidão durante o show para efetuar prisão caso ocorra apologia ao nazismo.
A prisão também pode se estender aos produtores do evento, Guilherme Cavalcante e Jean Fabrício Ramos (Fabulouz Fabz), apontados como coautores e corresponsáveis pela apresentação. Além da responsabilização criminal, o MP prevê a possibilidade de ação civil pública por danos morais coletivos contra os organizadores do show.
SHOW PERDEU AUTORIZAÇÃO DA PREFEITURA
A apresentação de Kanye West perdeu a autorização para ser realizada no Autódromo de Interlagos, equipamento público administrado pela prefeitura. “Em equipamento da prefeitura, ninguém que faça apologia do nazismo vai tocar ou cantar”, afirmou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), na segunda-feira (10), ao ser questionado sobre o evento.
Até o momento, a 17 dias do show, o rapper não tem um lugar definido para se apresentar. Show não foi cancelado pelos organizadores.
Em julho deste ano, a vereadora Zoe Martínez (PL) protocolou um projeto de decreto legislativo para declarar Kanye West “persona non grata” por “flertar com o nazismo”. “Não vamos tolerar de jeito nenhum que artistas que flertam com o nazismo ou propagam discursos de ódio tenham espaço aqui. São Paulo é terra de respeito, diversidade e memória. Lar de famílias que fugiram dos horrores do regime nazista”, disse Martínez.





