As Forças de Defesa de Israel anunciaram, esta terça-feira (14), que abriram fogo contra pessoas suspeitas que tentavam se aproximar dos seus militares junto à Faixa de Gaza.
Segundo esta força de segurança, o ato em causa representa uma “violação ao acordo” de cessar fogo e que a sua ação constitui um ato de defesa contra uma ameaça.
Fontes médicas palestinas declararam que vários drones abriram fogo contra um grupo de pessoas que observavam as suas casas no leste da Cidade de Gaza (norte), matando três destas, de acordo com a agência de notícias palestina WAFA.
Fontes locais citadas pelo jornal palestiniano Filastin elevaram o número de mortos para cinco.
Já Reuters, citando autoridades locais, falam em, pelo menos seis vítimas mortais.
⭕️ Earlier today, several suspects were spotted crossing the yellow line and approaching IDF troops in northern Gaza, a clear violation of the agreement.
After multiple attempts to distance them, the suspects refused to comply, prompting troops to open fire to remove the threat.…
— Israel Defense Forces (@IDF) October 14, 2025
As vítimas são palestinos que estavam tentando regressar ao bairro de Shujaiya, no leste da Cidade de Gaza, e aos arredores de Khan Yunis, divulgou a imprensa local. Apontando que os argumentos de Israel são falsos, inclusive pelo ataque ter sido feito por drone.
Outros ataques
Separadamente, pelo menos uma pessoa foi morta em outro ataque com drones à cidade de Al-Fakhari, a leste de Khan Yunis (sul), sem mais detalhes revelados e sem qualquer declaração do Exército israelense sobre o incidente.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram vários alertas à população de Gaza contra a aproximação de zonas onde os militares permanecem presentes após a sua retirada parcial antes do cessar-fogo, que está em vigor desde domingo e após o qual já houve relatos de ataques por parte das forças israelenses.
Os ataques ocorreram depois de Israel e o grupo Hamas terem concordado em começar a aplicar a primeira fase do plano de paz para a Faixa de Gaza do Presidente norte-americano, Donald Trump, que incluía um cessar-fogo e a libertação de israelenses sequestrados durante os ataques de 07 de outubro de 2023 e centenas de palestinos presos em território israelense.
Na segunda-feira, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, destacou na cimeira de lideres mundiais que o plano de Trump representa a “última oportunidade” para a paz na região.
A cimeira na cidade turística egípcia de Sharm El-Sheikh, no mar Vermelho, teve como objetivo apoiar o cessar-fogo alcançado em Gaza, pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas e desenvolver uma visão a longo prazo para governar e reconstruir o devastado território palestino. O encontro pareceu planejado para angariar apoio internacional para a visão de Trump de pôr fim à guerra.
Mais de 20 líderes mundiais participaram na cimeira, incluindo o rei Abdullah da Jordânia, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Entretanto, permanecem grandes questões sobre o que acontecerá a seguir, aumentando o risco de um regresso à guerra.
A cimeira ocorreu pouco depois de o Hamas ter libertado os 20 reféns israelitas ainda vivos e de Israel ter começado a libertar centenas de palestinianos das suas prisões, medidas cruciais ao abrigo do cessar-fogo.