Durante uma reunião recente com investidores da SpaceX, Elon Musk revelou um novo interesse: desenvolver satélites capazes de captar energia solar diretamente no espaço. A proposta, ainda em fase conceitual, é inspirada na ideia teórica conhecida como Esfera de Dyson, uma megaconstrução que envolvia, em sua concepção original, uma estrutura teórica capaz de cercar uma estrela para capturar toda a sua energia irradiada.
Segundo o site PCMag, a fala de Musk surgiu como parte de uma apresentação sobre projetos futuros da empresa, que incluem avanços no setor aeroespacial e energético. A proposta de criar uma rede de satélites coletores de energia solar poderia representar um salto significativo nas possibilidades de geração limpa e contínua de eletricidade.
O que é uma Esfera de Dyson — e como ela se conecta à proposta
O conceito de Esfera de Dyson foi apresentado pelo físico Freeman Dyson em 1960 como uma hipótese teórica de megainfraestrutura capaz de capturar toda a energia irradiada por uma estrela. Embora o projeto completo esteja além das capacidades tecnológicas atuais da humanidade, versões reduzidas ou inspiradas na ideia têm sido debatidas por cientistas e futuristas ao longo das décadas.
Na proposta sugerida por Musk, não haveria uma “esfera” literal, mas sim satélites estrategicamente posicionados para captar energia em órbita solar. A ideia remete à abordagem chamada de “enxame de Dyson”, composta por múltiplos dispositivos distribuídos ao redor de uma estrela para coleta energética.
A captação de energia solar fora da Terra poderia solucionar um dos principais limites da energia fotovoltaica atual: a intermitência. Sem a barreira atmosférica e as oscilações do dia e da noite, a coleta de energia no espaço garantiria acesso contínuo à radiação solar, com potencial para abastecimento global, inclusive em locais remotos ou sem infraestrutura de energia convencional.
No entanto, há obstáculos relevantes. Entre os principais estão os custos elevados para lançar e manter equipamentos em órbita, os desafios de transmissão de energia para a superfície terrestre e os riscos relacionados à segurança de operações em larga escala no espaço. Ainda não há detalhes sobre cronograma, tecnologias envolvidas ou possíveis parcerias.
Embora a proposta de Elon Musk ainda esteja nos estágios iniciais, ela se insere em uma tendência crescente de buscar alternativas sustentáveis e inovadoras para a matriz energética global. Grandes empresas e agências espaciais já estudam a viabilidade de projetos semelhantes, como a Agência Espacial Europeia (ESA), que investiga desde 2022 o uso de energia solar espacial como fonte complementar para o continente.






