Publicações feitas pelo Grok, o chatbot de Inteligência Artificial da rede social X, passaram a ser alvo de críticas após a ferramenta disseminar informações falsas sobre o ataque ocorrido em Sydney, na Austrália. Os erros dizem respeito principalmente a Ahmed al Ahmed, o homem que conseguiu desarmar um dos autores do tiroteio.
De acordo com um levantamento do site Gizmodo, o Grok publicou respostas em que identifica Ahmed de forma equivocada e associa sua imagem a conteúdos sem relação com o caso. Em uma das respostas, a ferramenta chegou a afirmar que fotos de Ahmed mostrariam um israelense mantido refém por integrantes do Hamas, informação que não corresponde à realidade.
Até a publicação desta matéria, as respostas incorretas não haviam sido corrigidas pelo chatbot.
O episódio reacende o debate sobre a confiabilidade de conteúdos gerados por Inteligência Artificial e reforça a necessidade de checagem rigorosa de informações que circulam nas redes sociais, especialmente em situações de grande impacto público, como ataques violentos.
O ataque em Sydney
O tiroteio ocorreu por volta das 18h40 de domingo, no horário local, quando dois homens armados com espingardas abriram fogo contra uma multidão reunida em um parque próximo à praia de Bondi, uma das áreas mais movimentadas e turísticas da cidade.
Ao todo, 16 pessoas morreram. Catorze vítimas, incluindo um dos atiradores, morreram no local. Outras duas, uma menina de 10 anos e um homem de 40, não resistiram aos ferimentos após serem levadas ao hospital. Pelo menos 42 pessoas ficaram feridas, sendo que sete continuam em estado crítico.
As autoridades australianas informaram que os suspeitos do ataque são um homem de 50 anos, morto após confronto com a polícia, e seu filho, de 24, que permanece internado sob custódia policial. A polícia afirmou que não procura outros envolvidos.
Segundo a corporação, o homem que morreu no local possuía licença para armas de grande calibre desde 2015, tinha ao menos seis armas registradas em seu nome e era membro de um clube de tiro.
Repercussão internacional e medidas do governo
O ataque foi amplamente condenado por líderes internacionais. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o atentado como um ato “puramente antissemita”. Já o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, manifestou solidariedade aos australianos e afirmou que o episódio “não representa a Austrália”.
Diante da tragédia, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anunciou que o governo estuda endurecer a legislação sobre posse de armas no país. Entre as medidas em análise estão a imposição de um limite no número de armas por pessoa e a revisão periódica das licenças.
“As circunstâncias das pessoas mudam. Alguém pode se radicalizar ao longo do tempo. As licenças não podem ser perpétuas”, afirmou Albanese, ao comentar a necessidade de ajustes nas regras atuais.






