O sistema de pagamentos Pix, criado pelo Banco Central do Brasil, bem como os robôs humanoides e modelos de inteligência artificial (IA) generativa da China foram exaltados pelo executivo-chefe do Web Summit, Paddy Cosgrave, como exemplos de que a revolução tecnológica está saindo do eixo das empresas americanas e europeias.
“Ao contrário da OpenAI ou da Anthropic, os modelos de IA chineses são de código aberto. São gratuitos para usar e, nas palavras do CEO da Nvidia [Jensen Huang], provavelmente vencerão a corrida da IA”, disse Cosgrave, a uma plateia de mais de 12 mil pessoas que lotaram a Meo Arena, na abertura do evento de inovação Web Summit 2025.
“Isso era totalmente inimaginável há apenas 12 meses, mas o mundo está mudando muito mais rápido do que nunca.”
Na abertura do evento, que vai até quinta-feira (13), o CEO e cofundador do Web Summit também destacou o Pix, dizendo que “o dinheiro da IA chinesa tem movido o mundo”, mas que a revolução dos sistemas de pagamento mundiais vem de um sistema “extremamente resiliente” e “não de uma empresa de tecnologia americana ou por bancos centrais europeus”.
“Assim como os modelos de IA chineses, o Pix é totalmente gratuito. É tão revolucionário que se tornou alvo frequente do presidente Trump nas últimas semanas e meses”, comentou o CEO. O alvo do presidente dos EUA, Donald Trump, acrescentou, é a capacidade de o Pix “colocar em risco os sistemas de pagamento e fintechs já estabelecidos” globalmente.
Os exemplos da China e do Brasil, Cosgrave disse que são a cara do evento, antes focado em empresas de tecnologia e startups americanas e europeias, mudou. “Este ano, mais do que nunca, fica claro que a era do domínio tecnológico ocidental está chegando ao fim.”
Mesmo na Europa, Cosgrave destacou que “o centro de gravidade do crescimento econômico e da tecnologia estão se deslocando”, dando como exemplo o crescimento de startups participantes vindas da Polônia e a queda das alemãs presentes nesta edição do evento.
“Enquanto partes da Europa Ocidental estagnam, a Polônia e a Europa Oriental aceleram”, comentou o executivo, que cocriou o evento em 2009, na Irlanda.
Além do Brasil, que traz uma das maiores delegações de participantes ao Web Summit, da China e da Polônia, Cosgrave convidou os participantes a conhecer startups do Catar, Oriente Médio, África, Ásia Central, Índia e Vietnã.
“O mundo está mudando e espero que, nos próximos dias, todos vocês tenham a oportunidade de aprender e conhecer muitos dos líderes dessa transformação.”






