O misterioso objeto interestelar 3I/ATLAS continua sendo alvo de estudo. No fim do mês passado, o cometa fez sua passagem mais próxima do Sol — chamado periélio —, tornando-se mais brilhante nas observações. Ele, porém, parece estar perdendo uma quantidade de massa ao reaparecer por trás do Sol, e o astrofísico de Harvard Avi Loeb, que acompanha de perto o 3I/ATLAS, sugere que ele pode ter se fragmentado, segundo o site The Futurism.
Novas imagens feitas pelos astrônomos britânicos Michael Buechner e Frank Niebling mostram o objeto desenvolvendo uma enorme “anti-cauda” e uma trilha separada e “fumegante”, jatos que se estendem por aproximadamente 1 milhão de quilômetros em direção ao Sol e 3 milhões de quilômetros na direção oposta, respectivamente, como observou Loeb.
“Para um cometa natural, a velocidade de saída dos jatos é esperada em torno de 0,4 km por segundo… à distância do 3I/ATLAS em relação ao Sol”, disse ele. “A essa velocidade, os jatos devem ter persistido por um período de 1 a 3 meses.”
Segundo os cálculos de Loeb, o 3I/ATLAS teria precisado absorver uma quantidade enorme de energia do Sol para sublimar as grandes quantidades de gelo de dióxido de carbono e gelo de água necessárias para perder tamanha proporção de sua massa.
Embora cometas do Sistema Solar normalmente percam massa ao se aproximarem do Sol, o 3I/ATLAS parece ser um caso diferente.
“A área superficial necessária do 3I/ATLAS para justificar a perda de massa inferida a partir da última imagem pós-periélio é pelo menos 16 vezes maior que o limite superior derivado da imagem do Hubble de 21 de julho de 2025”, escreveu Loeb em uma postagem de blog. “Quando os dados do telescópio Webb foram obtidos, em 6 de agosto de 2025, o 3I/ATLAS estava perdendo apenas cerca de 150 kg por segundo.”
Isso quer dizer que o misterioso visitante passou de uma perda de cerca de 150 kg por segundo em agosto para aproximadamente 2 milhões de kg por segundo próximo ao periélio.
“A perda de massa e o brilho intensos do 3I/ATLAS no periélio seriam evidência de que ele se desintegrou?”, questionou o astrônomo. “A fragmentação aumentaria a área superficial de seu material.”
Loeb sugere que o 3I/ATLAS pode ter se dividido em “pelo menos 16 pedaços iguais, e provavelmente muitos mais”, o que “significaria que o 3I/ATLAS explodiu no periélio e estamos testemunhando o espetáculo resultante”.
Por outro lado, o astrônomo não descarta a possibilidade de que o 3I/ATLAS seja “algo diferente de um cometa natural”, caso “as próximas observações revelem que ele não foi destruído pelo Sol e manteve sua integridade como um único corpo”.
Desde sua descoberta, Loeb tem feito uma série de sugestões polêmicas sobre o objeto — a mais polêmica delas é a hipótese de que ele poderia ser uma gigantesca espaçonave alienígena, citando suas propriedades incomuns, como a grande massa estimada e a trajetória alinhada de forma incomum com os planetas do Sistema Solar.
O 3I/ATLAS deve fazer sua aproximação mais próxima da Terra em 19 de dezembro e de Júpiter em março.






