Conheça as empresas brasileiras de base tecnológica que receberam os principais aportes dos fundos de venture capital ao longo do ano Pela primeira vez em três anos, os investimentos em startups brasileiras cresceram. Após o período de escassez de capital do chamado de “inverno”, os números da Sling Hub até novembro mostram uma recuperação do apetite de investimento nas empresas de base tecnológica: as startups brasileiras captaram US$ 2,34 bilhões em rodadas em troca de equity, um crescimento de 8% em relação a 2023, apesar da queda de 19% na quantidade de deals (436).
O Brasil foi responsável por 54% do total captado pelas startups na América Latina (US$ 4,32 bilhões) até novembro. Em um ano pautado pela inteligência artificial – 15% do investido na região foi para startups de IA –, vale destacar que o país registrou as três maiores rodadas do setor em 2024: CloudWalk (FIDCs), Tractian e CRMBonus.
”Celebramos 2024 porque o crescimento reflete não apenas um aumento no volume, mas também a maturidade do mercado, com startups atraindo capital estratégico mesmo em um ambiente econômico desafiador”, afirmou João Ventura, fundador e CEO da Sling Hub, em nota à imprensa.
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Para elaborar esta lista, PEGN recorreu aos dados da Sling Hub e focou nas captações por equity, ou seja, em troca de participação acionária, excluindo os investimentos por dívida, como emissão de debêntures e estruturação de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). A conversão de dólar para real foi feita com a cotação no momento do fechamento da matéria (US$ 1 = R$ 6,07).
Relembre as 10 maiores rodadas de captação de startups brasileiras em 2024:
10. ROCK
A startup se consolidou e entrou no mercado após uma série de aquisições (Directo.ai, Izio&Co, LL Loyalty, Propz e Bnex) e se define como “encantech”, com soluções de CRM, gestão de fidelidade, cashback omnicanal, inteligência de mercado, automação promocional, personalização de ofertas, entre outras, para grandes e médios varejistas. Entre os clientes estão marcas como Arezzo, Assaí, Pague Menos e Supermercados BH. A ROCK recebeu um cheque de US$ 54 milhões (R$ 328 milhões) do fundo Hindiana.
9. Agrolend
A fintech que financia pequenos e médios produtores rurais no Brasil levantou em outubro uma Série C de US$ 55 milhões (R$ 334 milhões), liderada pelo fundo de private equity Creation Investment, sediado em Chicago (EUA), e pela Syngenta Group Ventures, braço de corporate venture capital da americana Syngenta.
Também participaram da rodada Vivo Ventures, corporate venture capital da Vivo, L4, braço independente de venture capital da B3, o banco japonês Norinchukin Bank, Valor Capital, Lightrock, Yara Growth Ventures, Provence Capital, SP Ventures e Barn Invest. Esta foi a quarta rodada da fintech em três anos, chegando ao montante de US$ 100 milhões captados.
8. Cayena
O marketplace que conecta players a fornecedores de insumos alimentícios levantou uma Série B de US$ 55 milhões (R$ 334 milhões) em setembro. O aporte foi liderado pela Bicycle Capital, gestora dos ex-Softbank Marcelo Claure e Shu Nyatta, e acompanhado por Coca-Cola FEMSA Ventures, Picus Capital, Astella, Globo Ventures, Endeavor Catalyst, Canary, FJ Labs, Clocktower e Norte Ventures.
Fundada em 2020, a startup facilita a compra de insumos, com entrega no dia seguinte e prazo para pagamento. De acordo com a companhia, o marketplace já atingiu a marca de R$ 1 bilhão em vendas anualmente e já disponibilizou mais de R$ 2 bilhões em crédito para as transações entre os estabelecimentos.
7. Blip
Com foco na expansão internacional, a plataforma que usa inteligência artificial para conectar marcas a consumidores em aplicativos como WhatsApp e Instagram garantiu um cheque de US$ 60 milhões (R$ 364 milhões). A Série C levantada em novembro foi liderada pelo SoftBank e contou com a participação da Microsoft.
Além do Brasil, a startup tem escritórios no México e na Espanha, e pretende entrar nos Estados Unidos. Cerca de 4 mil empresas, em 32 países, já foram atendidas pelas soluções de engajamento e relacionamento com clientes da startup, incluindo Dell, GM, Itaú Unibanco e Claro.
6. CRMBonus
Entre maio e junho, a adtech anunciou uma Série B e uma extensão de rodada, totalizando US$ 77 milhões (R$ 467 milhões). Os fundos BOND, Valor Capital Group, Vivo Ventures e Industry Ventures, além de outros investidores institucionais, participaram da captação. A startup foi avaliada em R$ 2,2 bilhões, o dobro do valuation da Série A em 2021.
A startup oferece uma plataforma baseada em inteligência artificial com soluções para empresas que buscam aquisição, engajamento e retenção de clientes.
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5. Jusbrasil
A legaltech recebeu um aporte de US$ 86,1 milhões (R$ 523 milhões) em rodada Série D liderada pelo fundo de private equity Warburg Pincus. No cap table ainda estão monashees, SoftBank e Founders Fund. Ao todo, a startup baiana levantou US$ 128 milhões.
A plataforma permite que o público tenha acesso a informações jurídicas – atualmente, mais de 1,2 bilhão de documentos públicos estão disponíveis para consulta.
4. Tractian
Com soluções integradas de hardware e software para monitorar máquinas industriais, a startup concluiu uma Série C de US$ 120 milhões (R$ 729 milhões), liderada pelo Sapphire Ventures, fundo da SAP, e acompanhada por General Catalyst, Next45 e NGP Capital. Com o aporte, foi avaliada em R$ 4 bilhões.
Fundada em 2019, a startup opera para gerir manutenções e reduzir falhas inesperadas em equipamentos, o que gera inatividade para as empresas. Ao longo da trajetória, a Tractian levantou R$ 1,05 bilhão em aportes.
3. Celcoin
A fintech, que oferece serviços e soluções de infraestrutura tecnológica para bancos, fintechs e empresas de outros setores, garantiu a terceira maior rodada do ano. A Série C de US$ 124 milhões (R$ 753 milhões) foi captada em junho e foi liderada pela Summit Partners, com participação da Innova Capital e do executivo de tecnologia financeira John Coughlin, ex-Corpay.
O objetivo do aporte é criar novos produtos e fortalecer a posição da Celcoin no mercado de banking as a service (BaaS) e embedded finance, com a possibilidade de crescimento via M&As. A fintech atende mais de 400 clientes do setor financeiro e mais de 5 mil de outros segmentos.
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2. Asaas
A fintech focada em PMEs captou uma Série C de US$ 150 milhões (R$ 911 milhões) que atraiu a liderança da gestora norte-americana BOND e foi acompanhada por Softbank, 23S Capital e Endeavor Catalyst. Parte do capital será destinado para o crescimento inorgânico, a partir de M&As para ampliar o portfólio de soluções da Asaas.
O Asaas levantou cerca de R$ 150 milhões em outras captações feitas nos últimos 10 anos. Pela primeira vez, atraiu fundos internacionais para o cap table.
1. Órigo Energia
A energytech figura anualmente nas listas de maiores aportes. Desta vez, garantiu o seu lugar ainda em janeiro, com o aporte de US$ 400 milhões (R$ 2,4 bilhões) da I Squared Capital, em troca de 49% da startup de geração compartilhada de energia. No cap table da Órigo estão a gestora norte-americana Augment Infrastructure, Mitsui, TPG ART, BlaO e MOV Investimentos.
Com foco em clientes menores, como residências e empresas de pequeno e médio porte, a Órigo pretende ampliar a sua capacidade instalada em fazendas de energia solar. Atualmente, a energytech atende cerca de 100 mil clientes em Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
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