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Por que seguros residenciais contra desastres climáticos ainda são tão incomuns no Brasil?

Redação by Redação
novembro 4, 2025
in Negócios, News
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Por que seguros residenciais contra desastres climáticos ainda são tão incomuns no Brasil?
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O temporal que atingiu o Paraná durante o final de semana, com pedras de granizo de até 100 gramas e acumulados de chuva de mais de 80 mm, provocou uma onda de estragos em casas e lavouras.

Postes foram derrubados e mais de 100 mil residências ficaram sem luz após ventos que passaram dos 90 km/h na região norte do Estado. As rajadas foram tão fortes que retorceram estruturas pesadas e arrancaram árvores pelas raízes. Galhos caíram em cima das casas e estragaram os telhados.

Segundo dados da Defesa Civil, 15 municípios foram atingidos e 4.056 imóveis foram danificados até a manhã de segunda-feira (3/11). Mais de 400 pessoas ficaram desalojadas.

Mas quanto desses prejuízos poderiam ter sido evitados se os seguros residenciais com proteção contra fatores climáticos — como vendaval, furacão, ciclone, tornado, granizo e alagamento — fossem mais comuns no Brasil?

E faz sentido pensar a proteção contra desastres climáticos apenas no nível das famílias, num país de população majoritariamente de baixa renda?

O temporal que atingiu as cidades do Paraná não é um fato isolado. O número de desastres climáticos relacionados a chuvas no Brasil subiu de 2.335 na década de 1990 inteira, para 7.539 apenas no período de 2020 a 2023, um aumento de 223%.

De 2020 a 2023, a média anual de registros de desastres relacionados a chuvas foi duas vezes maior que a da década anterior (2010–2019) e 7,3 vezes maior que a da década de 1990, segundo estudo publicado em julho pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, coordenado pela Unifesp.

Enquanto os desastres se tornam mais frequentes, a América Latina é a segunda região do mundo com maior diferença entre o valor das perdas causadas por desastres climáticos e a parcela dessas perdas coberta por seguros, segundo estudo publicado pela seguradora Mapfre.

Na região, essa “brecha de proteção” é de 81%, atrás apenas da Ásia (83%). Em comparação, esse hiato na América do Norte é de 43% — na região, sujeita a todo tipo de perigos naturais, como ciclones, tempestades de inverno, tornados, incêndios florestais, inundações e terremotos, há uma cultura mais forte de contratação de seguros preventivos.

No Brasil, são três os tipos de apólices que podem proteger residências contra desastres naturais:

  • Seguro residencial: é opcional e protege os bens dentro de casa e a própria estrutura do imóvel contra riscos. A cobertura padrão geralmente inclui proteção contra incêndio, queda de raio e explosões. Opções adicionais podem estender a cobertura para incluir vendavais, furacões, ciclones, tornados e granizo, além de danos por enchentes. O segurado pode personalizar a cobertura, escolhendo os valores segurados para cada tipo de risco.
  • Seguro habitacional: é obrigatório para imóveis financiados através de empréstimos da Caixa, principal agente de crédito imobiliário do país. Cobre apenas a estrutura da residência contra danos, e não os bens dentro dela, e inclui cobertura contra incêndio, raio ou explosão, desmoronamento, vendaval, inundação ou alagamento. Também protege o credor contra o risco de que um desastre leve o comprador do imóvel a ficar inadimplente.
  • Seguro condomínio: é obrigatório ao menos para o risco de incêndio; cobre danos à estrutura de um edifício com múltiplas unidades habitacionais.

Apesar de ainda baixa em relação ao seguro automotivo ou agro, que também protegem contra fatores climáticos, a procura por seguros residenciais tem crescido no Brasil nos últimos anos.

A parcela de residências seguradas passou de 13,6% em 2017, para 17% em 2021, somando 12,7 milhões de residências, segundo os dados mais recentes disponíveis da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg).

A região Sul — que tem sofrido cada vez mais com extremos climáticos como chuvas intensas, secas e ciclones — conta com a maior parcela de residências seguradas, com 29,7%, seguida pelo Sudeste (22,3%), Centro-Oeste (12,9%), Nordeste (7%) e Norte (4,6%).

Por Estados, o Rio Grande do Sul lidera, com 38,6%, à frente de São Paulo (29%), Santa Catarina (27,1%), Paraná (22,7%), Distrito Federal (21,8%), Rio de Janeiro (17,9%) e Minas Gerais (14%).

No entanto, apenas 10% das apólices de seguro residencial contratadas em 2021 incluíam cobertura de desmoronamento, enquanto a de alagamento representava menos de 1% do total.

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Por que tão poucas pessoas têm seguro contra desastres climáticos no Brasil?

Um primeiro fator que explica a baixa parcela de imóveis segurados no Brasil é o fato de o país ser historicamente menos vulnerável a grandes desastres naturais quando comparado a países da Ásia, América Central ou América do Norte.

Isso acontece devido à localização do país no centro da placa tectônica sul-americana, longe de bordas de placas. Isso torna o Brasil menos propenso a terremotos de grande magnitude, atividade vulcânica e tsunamis — eventos que assolam regiões como Japão, Indonésia, México ou Chile.

O clima tropical e subtropical também garante temperaturas relativamente estáveis, com estações do ano menos extremas do que em latitudes mais altas (como no Canadá, Estados Unidos e Europa), o que reduz a ocorrência de nevascas, tempestades de inverno e ondas de frio intensas.

Além disso, o Atlântico Sul é menos propenso à formação de furacões e tufões devido à temperatura de suas águas (geralmente abaixo de 27°C) e à dinâmica de ventos. Por fim, o Brasil costumava ter um regime de chuvas regulares e bem distribuídas ao longo do país, à exceção do semiárido nordestino — embora isso esteja mudando em meio ao avanço das mudanças climáticas.

Um segundo fator é cultural e está ligado a um certo “otimismo” natural do brasileiro, acredita Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

“O consumidor brasileiro ainda não está habituado a pensar em gestão de riscos. O brasileiro em geral é muito otimista. A gente sempre acha que nunca vai acontecer com a gente — isso é uma coisa muito brasileira”, diz o representante do setor de seguros.

“Outras sociedades têm isso de uma maneira muito mais pragmática, talvez por terem sofrido grandes desastres, terem passado por situações muito difíceis, são sociedades mais atenciosas em relação aos riscos.”

Um terceiro fator está ligado à percepção de preços, acredita Jarbas Medeiros, diretor da Porto Seguro, empresa líder no mercado brasileiro de seguros “não-vida” (aqueles que cobrem perdas ou danos em propriedade, responsabilidade civil e danos pessoais).

“As pessoas não têm percepção de quanto custa um seguro residencial e fazem relação com o seguro do carro, que é o que elas conhecem. Mas o preço médio de um seguro residencial, em relação ao capital segurado — ao valor do imóvel —, é bem menor”, diz Medeiros.

“Enquanto no carro o preço médio do seguro fica acima de R$ 2 mil por ano, no residencial, depende bastante da região e das coberturas contratadas, mas a média é de R$ 600 a R$ 800 por ano.”

Segundo o presidente da CNSeg, o preço também ajuda a explicar a baixa presença de coberturas contras desastres climáticos nas apólices residenciais.

“O brasileiro toma decisões olhando muito para preço, se ele está cotando seguros e recebe duas ofertas, uma de R$ 500 e outra de R$ 800, muitas vezes acaba optando pela de R$ 500, mesmo deixando de contar com certas coberturas ou contando com indenizações menores”, diz Oliveira.

Por fim, o fato de a maior parte da população brasileira ser de baixa renda e grande parcela viver em situação irregular — em imóveis sem título de propriedade, por exemplo — também ajuda a explicar o baixo percentual de imóveis segurados no Brasil.

Mercado ainda é pequeno, mas cresce

No entanto, desde a pandemia, a busca por seguros tem crescido em todo o Brasil, movimento que o presidente da CNSeg credita ao aumento da percepção de risco. A maior frequência de desastres climáticos também tem aumentado o interesse dos brasileiros por esse tipo de proteção.

Segundo um representante da Bradesco Seguros, em entrevista ao jornal Valor Econômico, nos quatro meses seguintes a eventos climáticos relevantes, as pessoas ficam mais conscientes dos riscos e a contratação de alguns seguros aumenta de 15% a 30%.

No Sul, a cobertura contra alagamentos cresceu 158% após as grandes inundações de abril de 2024, mas ainda cobre só 4% a 6% do 1,5 milhão de residências seguradas, disse o executivo ao jornal.

A Porto Seguro também vê um interesse crescente pelas coberturas contra danos relacionados ao clima, segundo Jarbas Medeiros.

A cobertura contra danos elétricos — que protege eletrônicos e a estrutura da casa contra as consequências de raios e descargas elétricas — cresceu em média 6% ao ano nos últimos cinco anos, relata o diretor.

Já a cobertura contra vendaval (que abrange danos causados por ventos fortes, furacões, ciclones, tornados e granizo) cresceu 4% ao ano no mesmo período.

A cobertura contra alagamentos, que a Porto Seguro começou a oferecer apenas em 2021, cresceu em média 108% ao ano em quatro anos.

Mudanças climáticas são desafio para seguradoras

Apesar do interesse crescente dos brasileiros, oferecer esse tipo de cobertura ainda é um desafio para as seguradoras, em meio à falta de dados e ao avanço das mudanças climáticas.

“Hoje o Brasil ainda não tem uma base de dados de impacto dos incidentes climáticos no seguro e a distribuição disso por região e por tipo de acidente. Estamos construindo isso”, diz o presidente da CNSeg, antecipando que um estudo sobre o tema deverá ser lançado durante a COP30, em novembro.

Além disso, a entidade setorial está desenvolvendo um hub de dados climáticos, para informações em tempo real e estatísticas recorrentes classificadas por tipo de incidente.

“Esse é um projeto de um pouco mais longo prazo”, diz Oliveira. “Vai auxiliar as empresas a avaliar esses riscos, porque hoje isso é uma dificuldade: a precificação.”

Jarbas Medeiros, da Porto Seguro, destaca o papel das mudanças climáticas nessa dificuldade de precificação — que torna o seguro mais caro para os contratantes porque, sem uma avaliação precisa de riscos, as seguradoras tendem a jogar o valor das apólices para cima, para evitar prejuízos.

“No Brasil, embora estejam acontecendo, [os desastres climáticos] são fenômenos relativamente novos do ponto de vista histórico e estatístico”, diz o diretor.

O presidente da CNSeg observa ainda a dificuldade para se fazer avaliação de risco para acidentes climáticos, o que tradicionalmente era feito no setor com um de série temporais.

“No caso dos acidentes climáticos também era feito assim: quantas casas foram alagadas no bairro, a cada ano, etc. O que acontece com as mudanças climáticas é que esses números estão completamente imprevisíveis”, diz Oliveira.

“A informação do passado não serve mais para projetar o futuro, no caso de catástrofes climáticas, porque temos um número crescente e uma severidade cada vez maior. Nunca houve uma enchente como aquela do Rio Grande do Sul e não se sabe se a próxima grande enchente vai ser em Porto Alegre, ou em Florianópolis. Para calcular o custo disso, se torna também bastante imprevisível.”

Para contornar o problema, diversas seguradoras têm investido em modelos preditivos sobre o comportamento do clima a médio prazo.

O papel do poder público

Para ampliar a proteção contra desastres climáticos através de seguros no Brasil, não basta uma maior conscientização e uma mudança de cultura das famílias, dizem representantes do setor e também pesquisadores do mercado de seguros.

Num país de maioria de baixa renda e em se tratando de riscos catastróficos, é necessária também a participação do poder público, dizem esses especialistas.

A CNSeg tem defendido a criação de um seguro social contra catástrofes, com custo estimado de R$ 3, a serem cobrados na conta de luz (exceto das famílias beneficiárias de programas sociais) e cobertura imediata para famílias impactadas com uma indenização de R$ 10 mil via Pix.

Os pagamentos ocorreriam ao ser decretado o estado de calamidade pelo governo, que identificaria os atingidos. E os beneficiados poderiam usar os recursos livremente, conforme suas necessidades.

“Coisas desse tipo são necessárias para lidar com essas circunstâncias, principalmente do ponto de vista de uma população vulnerável de baixa renda, que não tem condições de comprar o seguro individual da sua casa ou mora numa casa que é irregular”, diz Oliveira.

Num estudo publicado em maio deste ano pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os pesquisadores Bernard Salanié, Humberto Moreira e Sophie Mathes propõem um modelo de seguros contra enchentes que seriam oferecidos pelo setor privado e contratados pelos municípios.

Os contratos seriam financiados por uma combinação de impostos locais e financiamento climático, e os seguros seriam paramétricos — apólices que pagam automaticamente ao se atingirem parâmetros climáticos predefinidos, como chuva ou temperatura, sem necessidade de comprovar prejuízo.

“Acreditamos que o seguro em nível domiciliar, mesmo que compulsório, não é uma alternativa viável no Brasil”, escrevem os pesquisadores, no estudo da FGV.

“Há também ampla evidência de que, mesmo quando recebem as informações relevantes, os indivíduos simplesmente não são muito bons em tomar decisões que envolvem risco. Muitas famílias vivem em situação de pobreza, portanto um sistema baseado em avaliação de renda parece inevitável, o que exige redistribuição.”

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