No início de outubro, a FDC promoveu uma discussão em torno da pergunta: o que diferencia as melhores empresas do Brasil?
Usando o Anuário Época Negócios 360º como base, há muito o que aprender com empresas líderes. A margem EBIT das TOP 30, por exemplo, é 12 pontos percentuais superior à média das demais (21% versus 9%). A margem líquida também é quase o dobro (10,5% versus 5,6%).
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Além de melhor desempenho financeiro, essas empresas apresentam climas organizacionais mais positivos (90% de aprovação contra 60%) e, como consequência, menor rotatividade voluntária (4,9% contra 7,9%). Também se destacam por usar práticas ESG para reduzir custos (29% versus 2%).
Mas o que exatamente elas fazem de diferente na construção desses resultados?
Durante o encontro, ouvimos representantes de três empresas que figuraram entre as TOP 10 em 2024. Marina Soares, da ArcelorMittal – eleita Empresa do Ano – destacou a importância da integridade e da governança, pilares fundamentais em um contexto de forte crescimento por aquisições.
Raphael Duailibi, CEO da AeC, ressaltou o valor do “S” no ESG: ao investir em centros operacionais no interior, como em Campina Grande, a empresa gera renda localmente e, ao mesmo tempo, reduz custos e melhora sua capacidade de atrair e reter talentos.
Já Leandro Marin, VP Regional da Aegea, reforçou a importância de pensar o longo prazo como princípio orientador da gestão.
Para confrontar essas visões com evidências, analisamos dados de mais de 900 empresas que participaram do ranking ao longo dos últimos 14 anos. Combinamos ferramentas de inteligência artificial e a inteligência analítica dos professores da FDC para identificar padrões de excelência.
Descobrimos que entre as seis dimensões que compõem o ranking, a “Visão de Futuro” é a que mais contribui para uma empresa figurar entre as TOP 30 — confirmando o valor de uma estratégia orientada ao longo prazo.
Também observamos que as melhores empresas fortalecem sua governança, mantendo comitês de Pessoas e Sustentabilidade vinculados ao Conselho de Administração, em proporção significativamente maior que a média. E, em busca de atualização constante, 90% das TOP 30 participam de eventos internacionais de inovação e tecnologia.
Esses são apenas alguns dos insights extraídos de mais de 900 indicadores de gestão coletados para cada empresa participante. Só em 2025, o anuário contou com 450 empresas inscritas. Isso nós dá acesso a uma base de dados de gestão inédita no Brasil.
Ainda assim, o maior aprendizado para mim foi outro. A ArcelorMittal não participa do Anuário 360º em busca de exposição midiática, mas como parte de um processo contínuo de aprimoramento. A equipe de Marina Soares avaliou diversos rankings e escolheu o 360º pela consistência e profundidade de sua metodologia, reconhecendo-o como uma referência sólida de gestão.
Ao investir em um benchmarking customizado, a empresa utiliza os dados do anuário para identificar oportunidades reais de melhoria.
Então não é coincidência que tenha sido eleita Empresa do Ano em 2024: a ArcelorMittal trabalhou duro para chegar ao topo — e continua se desafiando, comparando seu desempenho ao de outras 400 organizações brasileiras. A busca permanente por evolução é, afinal, o que distingue as melhores.