A Tesla voltou ao centro das atenções das autoridades americanas. A Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês) abriu uma nova investigação sobre o chamado modo “Mad Max”, incluído em uma recente atualização do sistema de direção autônoma da montadora.
O modo, batizado com referência à franquia cinematográfica pós-apocalíptica, promete um comportamento de direção mais “assertivo” — o que, segundo relatos de usuários, pode incluir ultrapassar limites de velocidade e executar manobras mais agressivas. A mesma atualização de software trouxe também um modo oposto, o “Sloth”, de condução mais lenta e cautelosa.
Atualização reacende debate sobre segurança
De acordo com o Gizmodo, há indícios de que o modo “Mad Max” possa ignorar parâmetros de velocidade estabelecidos no sistema Autopilot e aumentar riscos em vias públicas. A investigação busca determinar se houve violação das normas federais de segurança veicular e se a Tesla atualizou os carros de forma a alterar o comportamento do sistema sem informar adequadamente os motoristas.
A empresa de Elon Musk não comentou publicamente o caso. A apuração se soma a uma série de outras investigações sobre os sistemas Autopilot e Full Self-Driving (FSD), que já estiveram no centro de centenas de acidentes e dezenas de mortes nos últimos anos.
A Tesla também enfrenta um processo de US$ 329 milhões movido por familiares de um motorista que morreu em um acidente atribuído ao uso do FSD. Em outra frente, o Departamento de Justiça conduz uma apuração sobre supostas práticas enganosas de marketing relacionadas às promessas de direção totalmente autônoma.
Reincidência e risco regulatório
A relação da Tesla com reguladores norte-americanos tem sido marcada por embates constantes. Desde 2021, a NHTSA já abriu mais de 40 investigações envolvendo acidentes com veículos da marca, muitos deles associados a falhas no reconhecimento de faixas, cruzamentos e obstáculos.
Apesar das críticas, Musk insiste que o sistema é mais seguro do que a condução humana e tem se referido às investigações como tentativas de frear a inovação. Nos bastidores, porém, executivos e engenheiros da empresa teriam alertado sobre a dificuldade de garantir que o software responda de maneira previsível em situações de tráfego real.
A nova apuração pode ampliar a pressão sobre a Tesla, que ainda tenta recuperar a confiança de consumidores e autoridades após sucessivas polêmicas de segurança.






