SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um ataque digital coordenado contra Taylor Swift, à época do lançamento de “The Life of a Showgirl”, seu álbum mais recente, foi identificado pela plataforma de inteligência artificial Gudea. Segundo um relatório feito pela rede, milhares de publicações e contas de redes variadas foram analisadas entre o dia 4 e 18 de outubro. Os posts associavam a artista e materiais de divulgação do disco a ideais nazistas e de extrema-direita e vinham principalmente de contas, segundo a Gudea, de esquerda e “criadas para causar revolta”.
Parte das publicações investigadas acusavam Swift de esconder mensagens escondidas em suas letras e diziam que um colar em formato de raio, vendido como parte dos produtos da cantora, se assemelhava a uma suástica. O relatório concluiu que 3.77% dessas contas foram responsáveis por 28% das últimas discussões a respeito da artista que aconteceram, virtualmente, naquele período.
Os debates em torno de Swift também envolveram assuntos como a sua suposta proximidade com o movimento Maga (Make America Great Again) e o suposto conservadorismo por trás de seu noivado com o jogador de futebol americano Travis Kelce. A Gudea ainda constatou que, em um pico identificado entre os dias 6 e 7 de outubro, 35% das publicações analisadas haviam sido feitas por contas automáticas.
A plataforma de IA também concluiu que, apesar da falta de maiores informações sobre os verdadeiros responsáveis pelos posts, houve uma “sobreposição entre usuários de contas que promoveram ataques contra Taylor Swift e aquelas que promoveram uma campanha de manipulação de opiniões públicas contra a atriz Blake Lively”. A constatação diz respeito à disputa judicial entre Lively e o ator e cineasta Justin Baldoni, que a atriz acusou de assédio sexual em 2024. O caso será julgado no ano que vem.
“Os dados revelam uma rede de amplificação de eventos, que influencia desproporcionalmente múltiplas controvérsias envolvendo celebridades e injeta desinformação em conversas que, de outra forma, seriam espontâneas”, afirmou o relatório da Gudea.
Pesquisadores envolvidos com a rede ainda identificaram comparações entre Swift e o cantor Kanye West, que nos últimos meses se envolveu em uma série de controvérsias ao publicar declarações abertamente nazistas e produzir a canção “Heil Hitler”, lançada no último mês de ano. O rapper americano, aliás, estava previsto para se apresentar em São Paulo no final de novembro, mas a sua apresentação foi cancelada pela prefeitura de São Paulo em ação contrária às declarações do músico.
Segundo o CEO da Gudea, Keith Presley, a discordância em relação às informações falsas também é um dos objetivos dos autores por trás dessas publicações. “Esse é um dos objetivos desse tipo de narrativa, para quem a está promovendo. Principalmente com essas narrativas inflamatórias -o algoritmo vai recompensá-las. Você verá os influenciadores se lançarem primeiro, porque isso vai gerar cliques para eles”, disse ele à revista Rolling Stone.





