O que antes era apenas uma teoria, hoje já faz parte do cotidiano das pessoas e segue em evolução — como a Computação Quântica, a Nanotecnologia e a Robótica Humanoide Avançada, por exemplo. Nesse contexto, ao mesmo tempo em que essas novas tecnologias promovem transformações e protagonismo, também acabam impondo novos desafios aos gestores e empresas: o de equilibrar eficiência, sustentabilidade e maior valor aos produtos.
Com esse cenário, a filosofia Lean tem ganhado cada vez mais espaço nas organizações, propondo uma nova forma de gestão. Inspirada nas práticas e nos resultados do Sistema Toyota, ela busca aprimorar o valor entregue aos clientes, eliminar desperdícios e fortalecer as habilidades de todos os colaboradores, considerando a empresa como uma cadeia integrada.
Para Flávio Augusto Picchi, conselheiro do Lean Institute Brasil e autor de O Poder do Pensamento Lean, mesmo com o avanço de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, o papel estratégico do ser humano nas empresas continua sendo essencial, pois é ele quem impulsiona a produtividade, fortalece o engajamento das equipes e maximiza a entrega de valor ao cliente.
“Algumas pessoas olham para a inteligência artificial como se ela fosse substituir as pessoas. Eu não acredito nisso, na verdade, vejo como uma ferramenta que potencializa a inteligência humana”, afirmou Picchi.
O autor ressalta que, assim como o conceito Lean propõe, a IA também busca eficiência por meio da colaboração entre humanos e máquinas. “A IA depende, primeiramente, da inteligência das pessoas para saber o que solicitar e, ao mesmo tempo, para avaliar de forma crítica o que ela entrega”, explica.
Além disso, Picchi ressalta que, para tornar esse sistema híbrido de gestão, combinando humanos e máquinas, realmente eficiente, as empresas precisam compreender que produtividade sem um propósito claro não funciona. Em outras palavras, a mesma estratégia defendida pelo pensamento Lean deve ser aplicada também na implementação de tecnologias na companhia.
“A aplicação da IA não pode ser simplesmente porque está na moda. Ela precisa ter um propósito ligado ao negócio, gerando valor para o cliente e impacto positivo para a empresa”, complementa.
Picchi também explica que a IA pode caminhar lado a lado com o pensamento Lean de forma controlada, desde que auxilie na eliminação de desperdícios e na busca por maior eficiência. “A principal aplicação da IA hoje é automatizar tarefas repetitivas, mas o verdadeiro valor está em tratar e interpretar dados para solucionar problemas”.
As lideranças e o pensamento Lean em meio às novas tecnologias
O autor acredita que, por ser uma tecnologia ainda relativamente nova no mercado, muitas lideranças têm receio da Inteligência Artificial. Segundo ele, esse medo de perder espaço ou funções acaba desviando o foco das possibilidades e oportunidades que a tecnologia pode oferecer.
“O líder do futuro precisa aprender a usar a IA não só para resolver problemas, mas também para desenvolver pessoas”, conta.
Além disso, ele enfatiza que as habilidades e talentos humanos ainda não podem ser reproduzidos pelas máquinas. “A tecnologia potencializa o ser humano. Nunca o substitui totalmente”, concluiu.






