A inteligência artificial (IA) desenvolvida pela empresa chinesa DeepSeek vem sendo utilizada em projetos militares estratégicos na China, conforme revelado por uma investigação da agência Reuters. A apuração se baseou na análise de centenas de registros de patentes, contratos de aquisição pública e publicações acadêmicas associadas ao Exército de Libertação Popular (PLA, na sigla em inglês).
O modelo de IA, considerado um dos mais avançados da China, é peça-chave em veículos militares autônomos, sistemas de reconhecimento de alvos e centros de comando digitais. Essa movimentação faz parte de uma tentativa de reduzir a dependência de tecnologias ocidentais e avançar em direção ao que autoridades chinesas chamam de “soberania algorítmica”.
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DeepSeek em veículos autônomos e simulações de guerra
Um dos exemplos mais concretos do uso da DeepSeek é o veículo militar P60, desenvolvido pela estatal Norinco. Segundo a Reuters, esse modelo é capaz de executar operações de apoio em combate de forma autônoma, a uma velocidade de até 50 km/h, utilizando o sistema de IA da DeepSeek.
Além disso, pesquisadores da Universidade Tecnológica de Xi’an relataram que um sistema baseado na DeepSeek foi capaz de avaliar 10 mil cenários de batalha, cada um com diferentes terrenos e condições, em apenas 48 segundos. Em comparação, uma equipe humana levaria cerca de 48 horas para realizar o mesmo tipo de análise.
O número de contratos de fornecimento envolvendo a DeepSeek aumentou em 2025, com destaque para sua preferência em detrimento de outras soluções nacionais, como o modelo Qwen, da Alibaba. Apenas um documento entre os analisados pela Reuters menciona o Qwen, enquanto diversas licitações referem-se explicitamente ao uso da DeepSeek.
Essa tendência acompanha o uso crescente de chips de inteligência artificial produzidos localmente, como os da Huawei, por parte de fornecedores militares. A pressão do governo chinês para a substituição de tecnologias estrangeiras por soluções nacionais tem impulsionado essa transição.
Robotização e IA em campo de batalha
Outro ponto destacado pela investigação é a incorporação de IA em robôs de patrulha e drones. Em novembro de 2024, o exército chinês lançou uma licitação para cães-robôs autônomos, que operariam em grupos para detectar ameaças e remover explosivos. Embora não haja confirmação sobre a efetivação da compra, imagens anteriores já mostravam robôs da fabricante Unitree em exercícios militares.
Também há menção a centros de comando com recursos visuais imersivos e simulações avançadas de guerra, demonstrando o interesse da China em tecnologias que acelerem a tomada de decisão em ambientes de conflito.
Apesar do movimento de substituição tecnológica, documentos revelam que entidades ligadas ao exército chinês ainda buscam chips da Nvidia, como os modelos A100 e H100, atualmente sob restrições de exportação dos Estados Unidos. Não está claro se esses componentes foram adquiridos antes das sanções ou via outras fontes.
A Nvidia informou à Reuters que, embora não consiga rastrear revendas de produtos usados, o uso de tais chips em sistemas militares sem suporte oficial seria “inviável”.
Em resposta às descobertas, o Departamento de Estado dos EUA afirmou à Reuters que a DeepSeek já forneceu, e possivelmente continuará fornecendo, suporte às operações militares e de inteligência da China. A declaração também reforça o compromisso de Washington em proteger a tecnologia americana, mantendo-a fora do alcance de nações consideradas adversárias.
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