A COP30 começou esta semana em Belém. A maior conferência climática da ONU reúne cerca de 50 mil pessoas para discutir soluções para a crise climática que já causa queimadas na Califórnia, secas na Amazônia e enchentes históricas no Rio Grande do Sul. As metas globais estão estabelecidas. Por isso, esta virou a “COP da Implementação”: menos negociação, mais ação.
Alguns acreditam que a saída está em novas tecnologias – hidrogênio verde, mobilidade elétrica, energias renováveis. Mas Paul Polman, ex-CEO da Unilever, resume bem: não falta tecnologia e nem dinheiro. O que falta é liderança!
Durante a COP, vale observar as declarações das empresas. Elas estão apenas seguindo o mercado – ou realmente liderando? A diferença é grande.
A empresa que apenas segue o mercado analisa incentivos, riscos e oportunidades e age dentro do sistema existente. Aproveita áreas onde pode ganhar dinheiro ou proteger receitas. Assume pouco risco. Mantém o status quo, com impactos negativos um pouco menores. É o famoso “business as usual”.
É o que vemos em muitos bancos: captam recursos internacionais e repassam para projetos de clima no Brasil mantendo o mesmo modelo de margem e risco. Ou empresas que apenas compensam emissões comprando créditos de carbono, sem mudar processos ou produtos. O problema é simples: se a maioria fizer apenas isso, a mudança não acontece – mais queimadas e enchentes.
A liderança tem outro padrão. A liderança testa ideias novas, assume riscos e muda o jeito de ganhar dinheiro. Suzano desenvolve papel que captura carbono. Natura trabalha para transformar a cadeia de valor em carbono negativo, capturando mais do que emite. WEG cria motores e soluções que reduzem o consumo de energia nas indústrias, diminuindo emissões na prática.
Essas empresas inovam, investem sem garantia de sucesso e ainda tentam mudar as regras do jogo. O setor de eletrodomésticos passou a exigir nível B do CDP (Carbon Disclosure Project) para fornecedores permanecerem na cadeia. Movimentos empresariais como o RE100 pressionam empresas do mundo inteiro a usar 100% de energia renovável.
Líder climático não se limita a compensar. Líder muda o modelo. Assume riscos. Cria novos padrões. É isso que aumenta a chance real de reduzir emissões e limitar o aquecimento global.
O que vale para as empresas vale também para pessoas. Existem executivos que apenas executam. Fazem a máquina funcionar no modelo existente. São seguros, previsíveis e – por isso – não deixam legado.
E existem líderes. Líderes questionam, inovam, ousam, tomam decisões difíceis e inspiram outros a seguir. São os que fazem diferente e como resultado: a diferença.
E você? É apenas um executivo – ou um líder? Quer deixar legado? Quer entregar um mundo habitável para seus filhos? Se a resposta é sim, a hora de liderar é agora.






