Os morcegos usados como decoração de Halloween podem ser mais realistas do que se imagina. Um novo estudo da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, confirmou que várias espécies de morcegos norte-americanos brilham em verde quando expostas à luz ultravioleta.
A pesquisa, publicada na revista Ecology & Evolution e divulgada pelo site ScienceAlert, analisou 60 exemplares de museu de seis espécies diferentes: o morcego-marrom-grande (Eptesicus fuscus), o morcego-vermelho-oriental (Lasiurus borealis), o morcego-de-Seminole (Lasiurus seminolus), o morcego-do-sudeste (Myotis austroriparius), o morcego-cinzento (Myotis grisescens) e o morcego-de-cauda-livre-brasileiro (Tadarida brasiliensis).
Todos apresentaram o mesmo padrão: emitiram uma luz verde visível, sempre nas asas, nas patas traseiras e na membrana que liga as pernas.
O mesmo brilho em todas as espécies
A semelhança entre indivíduos de diferentes espécies, idades e sexos surpreendeu os cientistas. A luminescência era uniforme e ocorria dentro de uma faixa estreita de comprimento de onda, o que sugere uma origem comum.
“Os dados indicam que todas essas espécies herdaram o traço de um ancestral compartilhado”, explicou Steven Castleberry, biólogo da Universidade da Geórgia. “Pode ser apenas um resquício evolutivo, algo que já teve função no passado e hoje não serve mais.”
O brilho também parece descartar algumas hipóteses iniciais. Como todas as espécies exibem a mesma coloração, é improvável que a luminescência ajude na identificação entre indivíduos da mesma espécie ou na seleção de parceiros.
Mistério evolutivo
Ainda que os comprimentos de onda do brilho estejam dentro da faixa de visão dos morcegos, os pesquisadores não sabem se há luz suficiente em seus ambientes noturnos para que o fenômeno seja visível, especialmente nos abrigos escuros onde costumam descansar.
Curiosamente, as áreas do corpo que brilham — asas e membros inferiores — são justamente as mais expostas durante o voo e a caça de insetos. Para entender se o brilho pode ter algum papel comportamental, os cientistas planejam observar o fenômeno em animais vivos.
Por enquanto, o que se sabe é que os morcegos se juntam a uma lista crescente de mamíferos bioluminescentes descobertos nos últimos anos. E, ao que tudo indica, a explicação para esse brilho fantasmagórico ainda está escondida no escuro.






