De golpes milionários que envolveram celebridades internacionais e nacionais — como vídeos falsos de Taylor Swift ou deepfakes com a imagem de Gisele Bündchen usados em campanhas fraudulentas no Brasil — às tentativas mais comuns de clonagem de contas e atendimentos falsos pelo WhatsApp, as fraudes digitais se tornaram parte do cotidiano. No país, o ambiente online se transformou em terreno fértil não apenas para negócios, mas também para golpes cada vez mais sofisticados.
Com o aumento das compras pela internet, transferências via PIX e o uso intenso das redes sociais, as tentativas de fraude atingiram um novo patamar. Quadrilhas especializadas usam tecnologia de ponta, perfis falsos de empresas e estratégias que exploram a confiança das pessoas para aplicar os golpes.
Levantamentos recentes mostram a dimensão do problema: um estudo da Veriff aponta que 26% dos brasileiros sofreram fraudes cinco vezes ou mais nos últimos 12 meses, e quase 40% relataram prejuízos acima de R$ 1.300. A Serasa Experian revela que 51% da população já foi vítima de algum golpe digital, e mais da metade teve prejuízo financeiro. Já a TransUnion mostra que 10% dos brasileiros perderam dinheiro de fato, com média de R$ 6.311 por vítima.
Para Karen Coelho, advogada empresarial e especialista em Direito Digital e Compliance, “o que antes parecia um golpe isolado, hoje faz parte de um verdadeiro ecossistema criminoso, com estruturas organizadas e tecnologia de ponta”.
Ela alerta que o principal erro das vítimas é acreditar que apenas grandes empresas são alvos. “Muitas vezes, o pequeno empreendedor se expõe ainda mais, por não ter uma estrutura mínima de proteção de dados, contratos digitais ou registro de marca, e é justamente aí que os golpistas atuam”, destaca.
Entre os golpes mais comuns estão links falsos de atendimento, clonagem de contas, phishing bancário e anúncios fraudulentos que usam indevidamente marcas e logotipos. Para se proteger, Karen orienta que toda comunicação comercial seja feita apenas em canais oficiais, evitar clicar em links desconhecidos e sempre verificar a autenticidade de páginas e perfis.
“Segurança digital não é luxo, é necessidade. E começa com consciência: entender que o golpe só funciona quando a confiança é explorada”, afirma a especialista.
Celebridades internacionais como Kim Kardashian, alvo de deepfakes que simulavam mensagens enganosas, e Cristiano Ronaldo, cujo nome e imagem foram usados em golpes relacionados a apostas online, mostram que até mesmo figuras públicas podem ser exploradas digitalmente. Esses casos reforçam a importância de verificar links, usar apenas canais oficiais e proteger dados pessoais, uma forma de autocuidado indispensável na era da hiperconexão.






