A federação da indústria química e farmacêutica da Alemanha alertou nesta terça-feira para o nível mais baixo de produção em 30 anos e pediu ao governo que adote reformas urgentes. “Produção, faturamento, preços e capacidade estão todos em queda, inclusive o emprego, que vinha se mantendo estável há anos”, afirmou a VCI (Federação da Indústria Química Alemã) em comunicado, descrevendo o cenário como uma “depressão de outono”.
A entidade atribui a crise aos altos custos de energia, ao preço da mão de obra, à carga tributária, à burocracia e às tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.
“As fábricas estão fechando, os investimentos estão sendo transferidos para outros países e as carteiras de pedidos estão vazias”, declarou o diretor da VCI, Wolfgang Grosse Entrup, em entrevista coletiva.
Em outubro, o chanceler Friedrich Merz já havia criticado a “burocracia desnecessária” que, segundo ele, trava o crescimento do terceiro maior setor industrial do país. No entanto, encontros e reuniões promovidos pelo governo federal ainda não conseguiram reverter o quadro, e o setor afirma ter perdido a confiança em Berlim.
De acordo com Entrup, a produção das empresas químicas caiu 1,5% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo o nível mais baixo desde 1995. A taxa de utilização da capacidade produtiva está em apenas 70%.
Com isso, a federação prevê uma nova queda de 2% na produção química e um leve crescimento na área farmacêutica, o que resultará em uma retração geral de cerca de 1% no faturamento total do setor, estimado em 221 bilhões de euros em 2025.
“Precisamos de uma verdadeira libertação industrial”, disse Entrup, em referência à reunião marcada para esta quarta-feira na chancelaria, onde representantes do setor farmacêutico discutirão com o governo as medidas para enfrentar a crise.





