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A controversa e deslumbrante região da China que virou refúgio turístico com milhões de visitantes

Redação by Redação
novembro 2, 2025
in Negócios, News
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Quando Anna estava planejando sua primeira visita a Xinjiang em 2015, seus amigos ficaram chocados.

“Eles não conseguiam entender por que eu iria a um lugar que, na época, era considerado uma das áreas mais perigosas da China.”

Uma de suas amigas desistiu da viagem e começou a evitar contato, disse a chinesa de 35 anos, que não quis revelar seu nome verdadeiro.

“Ela disse que os pais a proibiram de se aproximar de Xinjiang e não queria mais se envolver.”

Anna foi mesmo assim em 2015 e retornou em junho deste ano. Mas, segundo ela, a região havia mudado.

“Xinjiang estava tão bonita quanto eu me lembrava, mas agora há turistas demais, especialmente nas principais atrações.”

Durante anos, Xinjiang se rebelou sob o controle de Pequim, às vezes explodindo em violência, o que afastava muitos turistas chineses.

Depois, a região se tornou conhecida no mundo inteiro por algumas das piores alegações de autoritarismo chinês, desde a detenção de mais de um milhão de muçulmanos uigures em chamados “campos de reeducação” até acusações de crimes contra a humanidade feitas pelas Nações Unidas.

A China nega as alegações, mas a região é amplamente isolada para a mídia e observadores internacionais, enquanto uigures no exílio continuam a relatar histórias de parentes aterrorizados ou desaparecidos.

Ainda assim, nos últimos anos, Xinjiang emergiu como destino turístico — dentro da China e, cada vez mais, fora do país.

Pequim investiu bilhões de dólares em infraestrutura, ajudou a produzir séries de TV ambientados em suas paisagens únicas e, ocasionalmente, recebeu a mídia estrangeira em visitas cuidadosamente orquestradas.

A China vem reposicionando a polêmica região como um refúgio turístico, promovendo não apenas sua beleza, mas também as experiências “étnicas” locais que grupos de direitos humanos dizem que estão tentando apagar.

Estendendo-se pelo noroeste da China, Xinjiang faz fronteira com oito países: Rússia, Mongólia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Afeganistão, Paquistão e Índia.

Localizadas ao longo da Rota da Seda, que impulsionou o comércio entre o Oriente e o Ocidente por séculos, algumas de suas cidades estão repletas de história.

A região também abriga montanhas remotas e acidentadas, cânions majestosos e lagos cristalinos.

“As paisagens superaram minhas expectativas em muito”, diz Sun Shengyao, de Singapura, que visitou a região em maio de 2024, descrevendo-a como “Nova Zelândia, Suíça e Mongólia todas juntas em um só lugar”.

Diferentemente da maior parte da China, que tem maioria da população da etnia Han, Xinjiang é habitada principalmente por muçulmanos de língua túrquica, com os uigures sendo o maior grupo étnico.

As tensões aumentaram ao longo das décadas de 1990 e 2000, à medida que as alegações de marginalização dos uigures pelos chineses Han alimentavam sentimentos separatistas e ataques mortais, intensificando a repressão de Pequim.

Mas foi sob Xi Jinping que o Partido Comunista Chinês começou a apertar o controle como nunca, gerando acusações de assimilação forçada dos uigures à cultura Han.

Em uma visita em setembro, Xi elogiou o desenvolvimento “revolucionário” da região e pediu a “sinização da religião” — a transformação das crenças para refletir a cultura e a sociedade chinesas.

Enquanto isso, investimentos têm chegado em peso à região. Cerca de 200 hotéis internacionais, incluindo nomes de destaque como Hilton e Marriott, já estão em operação ou planejando abrir em Xinjiang.

Em 2024, a região recebeu cerca de 300 milhões de visitantes, mais do que o dobro do número registrado em 2018, segundo autoridades chinesas.

A receita do turismo em Xinjiang cresceu cerca de 40% nesse período, atingindo 360 bilhões de yuans (R$ 274 bilhões). No primeiro semestre deste ano, cerca de 130 milhões de turistas visitaram a região, contribuindo com aproximadamente 143 bilhões de yuans em receita.

Embora o turismo estrangeiro tenha crescido, a grande maioria dos visitantes ainda é doméstica.

Pequim agora tem uma meta ambiciosa: mais de 400 milhões de visitantes por ano e receita turística de 1 trilhão de yuans até 2030.

Algumas pessoas ainda têm medo de visitar a região. Sun diz que levou um tempo para reunir amigos para uma viagem em maio de 2024, já que muitos deles viam Xinjiang como insegura. O próprio jovem de 23 anos ficou nervoso no início, mas, à medida que a viagem avançava, esses receios desapareceram.

Eles começaram as férias pelas movimentadas ruas da capital regional, Urumqi, e depois passaram oito dias na estrada com um motorista chinês, viajando por montanhas e estepes majestosas, o que deixou Sun impressionado.

É comum que motoristas e guias turísticos em Xinjiang sejam chineses Han, que agora representam cerca de 40% da população da região. O grupo de Sun não interagiu extensivamente com os uigures locais, mas os poucos com quem conseguiram conversar foram “muito receptivos”, diz ele.

Desde que retornou, Sun se tornou algo como um defensor de Xinjiang, que, segundo ele, foi “mal interpretada” como perigosa e tensa.

“Se eu conseguir inspirar apenas uma pessoa a aprender mais sobre a província, terei ajudado a reduzir um pouco o estigma.”

Para ele, as paisagens deslumbrantes que apreciou como turista parecem distantes das preocupantes acusações que colocaram Xinjiang nas manchetes internacionais.

Tudo o que viu indicava que a região continua altamente vigiada, com postos policiais e câmeras de segurança sendo comuns, e estrangeiros obrigados a se hospedar em hotéis designados.

Mas Sun não se incomodou com isso: “Há forte presença policial, mas isso não quer dizer que seja um grande problema.”

Nem todos os turistas ficam convencidos de que estão vendo a “verdadeira” Xinjiang.

Thenmoli Silvadorie, de Singapura, que visitou a região com amigos por 10 dias em maio, disse: “Eu estava muito curiosa sobre a cultura uigur e queria ver como as coisas poderiam ser diferentes lá. Mas ficamos bastante desapontadas.”

Ela e suas amigas usavam hijabs e, segundo ela, vendedores de comida uigures se aproximaram dizendo que estavam “com inveja de que pudéssemos usar nossos hijabs livremente… mas não conseguimos ter conversas mais profundas”. Elas também não puderam visitar a maioria das mesquitas locais, acrescentou.

Ainda assim, o apelo para visitantes estrangeiros é forte. A própria China é um destino extremamente popular, e Xinjiang surgiu como uma opção “intocada” e menos comercializada.

Um número crescente de estrangeiros está “se aproximando de Xinjiang com mente aberta e um desejo genuíno de ver e avaliar a verdade por si mesmos”, escreveu o jornal estatal chinês Global Times em maio.

O governo chinês também tem promovido rapidamente conteúdos sobre Xinjiang feitos por influenciadores estrangeiros que se alinham à narrativa oficial. Entre eles está o vlogger alemão Ken Abroad, que em um de seus vídeos disse ter visto “mais mesquitas [em Xinjiang] do que nos EUA ou em qualquer país da Europa”.

Mas outros têm uma visão diferente.

O escritor Josh Summers, que morou em Xinjiang na década de 2010, disse à BBC que a cidade antiga de Kashgar foi “completamente demolida, repensada e reconstruída de uma forma que não reflete em nada a cultura uigur”.

Segundo um relatório da Human Rights Watch de 2024, centenas de vilarejos em Xinjiang tiveram seus nomes — relacionados à religião, história ou cultura uigur — substituídos entre 2009 e 2023.

O grupo também acusa as autoridades de fechar, destruir e reutilizar mesquitas em Xinjiang e em toda a China para restringir a prática do islamismo.

Graves violações de direitos humanos também foram documentadas por outras organizações internacionais, incluindo a ONU.

Reportagens da BBC de 2021 e 2022 encontraram evidências que apoiam a existência de campos de detenção, além de alegações de abuso sexual e esterilização forçada.

Pequim, no entanto, nega todas essas acusações. Dentro do país, o partido tem remodelado a imagem do que antes era visto como uma província problemática para atrair mais turistas domésticos — e parece que a estratégia tem funcionado.

Na segunda visita, Anna foi acompanhada de sua mãe, que estava ansiosa para conhecer a região depois de assistir a uma série dramática ambientada na região montanhosa de Altay, no norte. A série, To the Wonder, foi financiada pelo governo e promovida pela mídia estatal.

Altay tem muitos fãs na internet chinesa.

“Quem diria que eu iria me perder no jardim secreto de Deus em Altay? No Lago Ka Nasi, finalmente entendi o que significa estar no paraíso. Este é um lugar onde o romance das montanhas, rios, lagos e mares se entrelaça em uma única paisagem”, dizia um comentário no RedNote.

Outro comentário dizia: “Ao amanhecer, observo do albergue o gado pastando nos campos. Florestas douradas de bétulas brilham à luz do sol, e até o ar parece envolto em doçura — tal beleza intocada é a Altay que sempre desejei.”

Agências de viagem descrevem a região como “exótica” e “misteriosa”. Oferece uma “fusão mágica de natureza e cultura que você não encontrará em nenhum outro lugar da China”, afirma uma dessas agências, The Wandering Lens.

Os preços desses passeios variam. Uma viagem de 10 dias pode custar entre R$ 8 mil e R$ 13,5 mil, sem contar as passagens aéreas.

Um itinerário típico pelo norte inclui o Parque Nacional de Kanas, com passeios a lagos alpinos e à famosa praia das cinco cores, além de uma visita a uma vila uigur, onde é possível andar em carroças e passar tempo com uma família uigur.

As viagens pelo sul são mais aventureiras, com trajetos pelo deserto, excursões a diversos lagos e uma visita a Kashgar, cidade da Rota da Seda com 2 mil anos de história.

Os visitantes compartilham seus roteiros online, completos com mapas codificados por cores e fotos de iguarias uigures, como ensopado picante, o big plate chicken, espetinhos de cordeiro grelhado e vinho feito com leite de cavalo. Alguns até mencionam “performances que recriam o esplendor da Rota da Seda”.

Se você buscar Xinjiang nas redes sociais chinesas RedNote e Weibo, como era de se esperar, encontrará publicações elogiando sua beleza e arquitetura icônica. Não há menção às acusações que contrastam com esse apelo idílico.

Nesta época do ano, as redes sociais chinesas estão repletas de fotografias das florestas de choupos de Xinjiang banhadas pelo brilho âmbar do outono.

“O Partido Comunista está vendendo sua própria versão da cultura uigur, apresentando o povo uigur como atrações turísticas”, diz Irade Kashgary, uigur-americana que deixou a região em 1998.

“Eles estão dizendo ao mundo que não passamos de dançarinos coloridos, bonitos nas redes sociais.”

Observando sua cidade natal ganhar popularidade do outro lado do Pacífico, a ativista uigur incentiva os turistas a “reconhecerem os problemas sérios” em Xinjiang.

“Não é meu papel dizer às pessoas para não visitarem, mas elas precisam perceber que o que vivenciam lá é uma versão maquiada de [Xinjiang]”, afirma.

“Enquanto isso, pessoas como eu nunca poderão voltar por causa do nosso ativismo. É longe de ser seguro… Por que eu não posso? Esta é a minha terra natal.”

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