Depois da megaoperação policial que deixou ao menos 121 mortos no Rio de Janeiro e provocou intensa polêmica sobre o modo como o crime é combatido no país, o filme Tropa de Elite, de 2007, com Wagner Moura como protagonista, voltou a ocupar o Top 10 da Netflix.
Faz sentido: no filme dirigido por José Padilha, Wagner Moura é o Capitão Nascimento, comandante do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e policial considerado incorruptível, que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Ao mesmo tempo, dois amigos de infância seus decidem se tornar policiais e ficam indignados com a corrupção existente no batalhão em que atuam.
Ao colocar a culpa do tráfico de drogas e da violência urbana prioritariamente nos usuários de substâncias ilícitas e mostrar os políciais do BOPE como heróis da trama, apesar de serem culpados de atos de extrema violência e tortura, o filme gerou intensa controvérsia na mídia e na sociedade brasileiras.
Tanto o diretor quanto o protagonista defenderam o filme. Na época, Padilha disse que sua intenção foi denunciar a violência e a tortura praticada pelos policiais. “Tenho certeza de que ninguém na Finlândia ou na Suécia vai ver esses policiais como heróis”, disse Wagner Moura no meio da polêmica. Mas o Capitão Nascimento era, e continua sendo, um personagem icônico do cinema brasileiro.
O filme recebeu o prêmio Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim em 2008. Uma continuação, Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro, foi lançada no dia 8 de outubro de 2010. No momento, Wagner Moura está no filme “O Agente Secreto”, possível candidato ao Oscar que acaba de estrear nos cinemas brasileiros – o que também pode ter contribuído para a volta do filme aos primeiros lugares de audiência da Netflix.




