A NASA deu um passo importante rumo à retomada das viagens supersônicas. A aeronave experimental X-59, apelidada de “filho do Concorde”, realizou com sucesso seu voo inaugural na terça-feira (28), decolando da Base Aérea de Edwards, na Califórnia. O teste, acompanhado por milhares de entusiastas da aviação, marca o início de uma nova fase na pesquisa por voos mais rápidos e silenciosos.
Durante a hora de voo, o X-59 percorreu um trajeto oval a cerca de 385 km/h — velocidade bem inferior ao potencial máximo da aeronave, de Mach 1,5, ou cerca de 1488,64 km/h. O principal objetivo do teste, segundo a NASA, foi coletar dados sobre o desempenho dos sistemas de controle e estabilidade antes de avançar para fases de maior velocidade.
Confira o voo abaixo.
Diferentemente do lendário Concorde, conhecido pelos estrondos sônicos que faziam prédios tremerem, o X-59 foi projetado para romper a barreira do som com um ruído mínimo — semelhante, segundo a gerente de projeto Lori Ozoroski, “ao som de uma porta de carro se fechando na casa do vizinho”. Segundo o The Sun, o engenheiro da NASA Shedrick Bessent explicou que a equipe registrou mais de 20 mil parâmetros de voo em 60 fluxos de dados distintos durante o teste.
Construído pela Lockheed Martin, o X-59 não será um protótipo comercial, mas uma plataforma de pesquisa para definir novos padrões de ruído supersônico. A meta é convencer órgãos reguladores, como a Administração Federal de Aviação (FAA), a rever as restrições que proíbem voos supersônicos sobre a Terra desde 1973 — banimento imposto após milhares de queixas de barulho durante testes em Oklahoma City.
Nos próximos anos, o X-59 deve sobrevoar comunidades selecionadas nos Estados Unidos para avaliar a percepção do público sobre seu impacto acústico. As informações obtidas serão compartilhadas com agências internacionais para apoiar a regulamentação de futuras aeronaves comerciais supersônicas. Se bem-sucedido, o projeto poderá reduzir o tempo de viagens — como a rota entre Nova York e Los Angeles, que passaria de seis para menos de três horas.
Com seu nariz alongado e asas finas, o “filho do Concorde” busca reescrever a história da aviação. Meio século após o barulhento pioneiro deixar os céus, a NASA aposta em uma nova era: voar mais rápido que o som, mas quase em silêncio.
 
	    	






 
							