“Regra nº 1 ao testar robôs humanoides: seja gentil. Você sabe por quê; você já viu os filmes. E o Neo parece ter saído direto de um.”
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É com esse conselho importante que a repórter Joanna Stern, do Wall Street Journal, começa seu teste com o robô Neo, de 1,68 metros, fabricado pela empresa norueguesa 1X Technologies. Hoje, já é possível para os americanos se inscrever em um programa de adoção antecipada e encomendar um robô por US$ 20.000 (R$ 107 mil), com entrega prevista para 2026. A empresa também oferecerá um plano de aluguel mensal de US$ 499 (R$ 2.682), com um compromisso mínimo de seis meses. Na sequência, em 2027, será a vez da Europa e da Ásia. Não há previsão para lançamento no Brasil.
Mas há um custo oculto nessa história: a sua privacidade. Ao comprar ou alugar o Neo, o usuário precisa concordar com a possibilidade de um representante da empresa observar o robô através de suas câmeras enquanto ele realiza as tarefas domésticas. Existem medidas de segurança, incluindo controles sobre quando e o que o operador pode fazer, mas ele vai estar lá, comandando a máquina por controle remoto.
“Não é para todos”, disse Bernt Børnich, CEO da 1X, ao WSJ. “Se você comprar este produto, é porque concorda com esse contrato social. Se não tivermos seus dados, não podemos aprimorar o produto.”
Especialistas em robótica serão os primeiros a confirmar: embora carros autônomos sejam uma realidade e os robôs estejam tirando empregos das pessoas nas fábricas, o ambiente doméstico talvez seja o maior desafio que os robôs enfrentam. Por dois motivos: cada tarefa de casa envolve, na verdade, dezenas de pequenas tarefas, que precisam ser aprendidas; e, ao contrário da indústria, não há nada previsível no modo como uma casa opera.
O Neo, da 1X, está enfrentando esses desafios, e busca construir um corpo seguro e um cérebro inteligente. Mas, para isso, ele precisa dos nossos dados — e de informações sobre as nossas casas.
Em seu teste, a repórter pediu para o robô fazer algumas tarefas simples: primeiro, ele caminhou até a lava-louças, puxou a maçaneta da porta e colocou um garfo no porta-talheres. Em seguida, pegou uma toalha para limpar a bancada. Mais tarde, dobrou meu suéter e pegou uma garrafa de água na geladeira.
Embora fosse tudo fascinante, diz ela, as falhas eram evidentes: Neo quase caiu ao fechar a lava-louças, levou dois minutos para dobrar o suéter e torceu o braço tentando dançar.
Mistura de instrutor de esgrima com manequim de loja, o robô de 30 quilos veste um macacão parecido com um suéter, uma medida tomada, claro, para torná-lo mais inofensivo. O tecido está ali por segurança e estética, disse Børnich.
Questionado sobre segurança, o CEO da 1X disse a mais recente versão de Neo foi projetada para ser “comprovadamente segura”. É leve o suficiente para não ferir gravemente ninguém se cair – em vez das engrenagens pesadas usadas em robôs industriais, Neo usa motores que puxam tendões sintéticos para imitar músculos, limitando a velocidade e a força. Até mesmo a força dos dedos é praticamente a mesma de um humano.
Confira como foram os principais testes do robô.
- Pegar água na geladeira. Depois de uma dança desajeitada com a porta, o robô pegou a garrafa e a entregou triunfantemente, a 3 metros de distância de mim.
- Carregar a lava-louças. Ele conseguiu… depois de um tempo. Um garfo no suporte, dois copos de plástico na prateleira superior e um agachamento trêmulo para fechar a porta — tudo em apenas cinco minutos. Talvez eu tenha aplaudido.
- Dobrar um suéter. Em cerca de dois minutos, o suéter estava… dobrado. (A destreza das mãos humanoides é um grande desafio.)
Um cérebro inteligente
O objetivo é que o Neo faça tudo isso de forma autônoma. Mas um operador remoto especializado da 1X, usando um headset de realidade virtual e empunhando controles semelhantes aos de um videogame, estava por trás de todos esses movimentos.
Para que o Neo arrume sua cozinha autonomamente no futuro, ele precisa de um cérebro mais inteligente. Sua rede neural de IA aprende com a experiência do mundo real. Isso é parte do motivo pelo qual a 1X está enviando versões iniciais para as casas: para capturar vídeos de cada lavagem na lava-louças e dobra de roupa — e alimentá-los em seu modelo do mundo real. Enquanto grandes modelos de linguagem são treinados com o texto da internet, o modelo que sustenta o Neo é treinado com o mundo real.
Børnich disse que, em 2026, o Neo “fará a maioria das coisas em sua casa de forma autônoma”. Ele admitiu que a qualidade pode ser inferior no início. O Neo “melhorará drasticamente” à medida que a empresa coletar mais dados, disse ele. Os copos no seu armário podem estar bagunçados, a manga da sua camisa pode estar para fora da calça, mas será bom o suficiente.
A conclusão final é: “por enquanto, o Neo não é páreo para uma faxineira humana. Nos próximos anos, não será possível ainda ter um robô capaz; a proposta é criar um, deixando-o aprender sobre sua casa, rotinas e tarefas.” Caso você concorde com isso, claro.
Confira abaixo um vídeo mostrando funcionamento do robô Neo.
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