Apesar dos avanços na luta contra o HIV/Aids, o Brasil ainda enfrenta desafios para ampliar o acesso às ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidado integral. De acordo com o Ministério da Saúde, até setembro de 2025 foram notificados mais de 29 mil novos casos de HIV no Brasil 2, o que torna essencial a disseminação da informação e do acesso à métodos de prevenção disponíveis, como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição). Conheça mitos e verdades sobre essa forma de prevenir o HIV ainda pouco conhecida no país:
“Há diferentes tipos de PrEP disponíveis no Brasil”
Verdade. A população pode ter acesso às opções oral e injetável. A PrEP oral é uma estratégia que tem se mostrado eficaz e segura e consiste no uso de antirretrovirais (ARV) antes da exposição para reduzir o risco de infecção pelo HIV. Pode ser encontrada de duas formas: contínua, com o uso diário, ou sob demanda, esta última consiste em doses específicas antes e após a relação sexual.
Já a PrEP injetável é uma injeção intramuscular que deve ser aplicada na região glútea a cada dois meses.
“PrEP injetável é uma vacina”
Mito. A PrEP injetável não é uma vacina, mas sim uma profilaxia. Assim como a PrEP Oral, consiste na administração de antirretrovirais para bloquear alguns caminhos que o HIV usa para infectar o organismo.
“É possível encontrar PrEP no SUS”
Verdade. Desde janeiro de 2018, a PrEP oral está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), como parte da estratégia de prevenção combinada do Ministério da Saúde. Por sua vez, a PrEP injetável pode ser encontrada, atualmente, somente no mercado privado.
“PrEP é para todo mundo que faz sexo”
Verdade. A PrEP pode ser recomendada para quem é sexualmente ativo. “Precisamos desmitificar que esse tipo de prevenção é apenas para as pessoas LGBT+, por exemplo. Na verdade, todas as pessoas, independentemente de gênero, sexo e orientação sexual, que acreditem estar em risco de contrair HIV podem tomar PrEP, mas é importante sempre ter orientação médica”, afirma Jucival Fernandes, infectologista e gerente médico da GSK, CRM-SP 100853.
“Preconceito não influencia na prevenção de HIV”
Mito. O estigma e o preconceito são grandes barreiras que prejudicam diretamente a prevenção do HIV. O medo de ser julgado, discriminado ou ter sua vida sexual exposta faz com que muitas pessoas, especialmente as de grupos vulneráveis, tenham receio de procurar um serviço de saúde para se informar sobre prevenção, PrEP e fazer o teste de HIV.
“A PrEP dispensa o uso de camisinha”
Mito. A PrEP, seja oral ou injetável, previne apenas o HIV, não oferecendo proteção contra outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como sífilis, clamídia ou hepatites. “Para ISTs virais com vacina (HPV, hepatite B e hepatite A) a vacinação é uma medida preventiva essencial. Não há vacina contra HIV; a PrEP é uma forma de prevenção e deve ser combinada com outras estratégias”, orienta o infectologista.
“A PrEP realmente protege contra o HIV”
Verdade. Evidências apontam para proteção contra a infecção pelo HIV em até 95% quando utilizada corretamente. Na cidade de São Paulo, a Prefeitura registra que as novas infecções por HIV caíram cerca de 55% entre 2016 e 2023, resultado associado à ampliação do acesso a métodos de prevenção no dia a dia da população.
