A Meta iniciou uma nova rodada de cortes, desta vez em sua divisão de riscos e conformidade (Risk org), informando aos funcionários que parte das funções será substituída por sistemas automatizados. Em um memorando interno obtido pelo Business Insider, o diretor de conformidade e privacidade da empresa, Michel Protti, afirmou que a companhia vem substituindo revisões manuais por processos automatizados, o que eliminou a necessidade de muitos cargos.
“As mudanças refletem o progresso que alcançamos ao padronizar nossos controles técnicos e automatizar verificações de risco”, escreveu Protti no comunicado. “Isso nos permite obter resultados mais precisos e consistentes, liberando as equipes para se concentrar em desafios mais complexos e de alto impacto.”
O número de profissionais afetados não foi divulgado. Segundo um porta-voz da Meta, a medida faz parte de uma reorganização que busca “inovar mais rápido mantendo altos padrões de conformidade”.
Reorganização atinge times em Londres e integra áreas de compliance
O plano inclui redução de cargos nas equipes de Product Risk Program Manager, Shared Services e Global Security & Privacy (GSP), além de consolidação de operações em Londres, onde a Meta tem forte presença de engenharia. A empresa também decidiu fundir o GSP com o time de Regulatory Readiness e o da Data Protection Office, que passam a formar o novo grupo Regulatory Compliance Programs.
Em nota, a Meta disse que a reestruturação reflete a “maturidade do programa de risco” e que a automação fortalecerá as práticas de compliance. Protti destacou ainda que, embora a tecnologia assuma tarefas rotineiras, “o julgamento humano continuará essencial em casos novos e complexos”.
IA também substitui parte do processo de contratação
A onda de cortes ocorre dias após a demissão de 600 funcionários do laboratório de Superinteligência da Meta, liderado pelo cientista Alexandr Wang. Em outro comunicado interno, a empresa disse que continuará contratando “talentos nativos de IA” e que busca acelerar o desenvolvimento de produtos de inteligência artificial.
O uso de automação também se expandiu para outras áreas. A Meta já utiliza IA em entrevistas de emprego e na avaliação de habilidades de programação. O próprio Mark Zuckerberg declarou que espera ter, ainda este ano, um agente de IA capaz de executar o trabalho de um engenheiro de nível médio.
Segundo o Business Insider, os cortes refletem uma tendência mais ampla entre as gigantes de tecnologia — que passam a usar a mesma inteligência artificial que desenvolvem para redefinir suas próprias estruturas de trabalho, substituindo tarefas administrativas e operacionais por sistemas autônomos.






