Durante anos, o mercado prometeu que as HR Techs seriam o caminho para empresas mais ágeis e produtivas. Mas a promessa não se cumpriu. No Brasil, em especial, elas nunca passaram da superfície: interfaces bonitas sobre processos travados, sem resolver a dor real das organizações.
É por isso que esse modelo já nasceu ultrapassado. O que as empresas precisam agora não é de “mais uma solução de RH”, mas de sistemas inteligentes, com inteligência artificial desenhada para lidar com a complexidade do mundo do trabalho.
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O desafio brasileiro
Empreender no Brasil é sobreviver em campo minado. Quatro em cada dez empresas fecham as portas antes de completar cinco anos, segundo o Sebrae. E isso acontece mesmo entre aquelas que têm acesso a capital, tecnologia e bons profissionais.
A raiz do problema está na operação: regras que mudam o tempo todo, sistemas que não conversam entre si e processos que empurram gestores para um dilema permanente — crescer ou controlar o caos. Essa engrenagem emperrada drena energia, recursos e, sobretudo, tempo.
Basta olhar para CEOs e CFOs gastando horas em tarefas invisíveis nos pitch decks, mas onerosas no dia a dia: entender encargos, corrigir erros, consolidar dados de múltiplas plataformas. Esse é o ponto cego que as HR Techs disseram que resolveriam. Não conseguiram.
Por que o modelo HR Tech fracassou
A ideia parecia boa: digitalizar o RH. O resultado, porém, foram ferramentas superficiais: workflows prontos, alertas em tela, relatórios coloridos. Nada disso transformou a operação. No Brasil, estima-se que 700 mil pessoas trabalhem de alguma forma com folha de pagamento. E, mesmo assim, o trabalho continua manual, lento e fragmentado.
Essas soluções não nasceram para automatizar de verdade. No máximo, redesenhavam tarefas. Só que a realidade brasileira — hiper-regulada, cheia de interdependências — exige muito mais do que uma camada de software.
Folha, encargos, conformidade, dados de pessoas: tudo isso atravessa a empresa inteira. Não existe crescimento sustentável sem ferramentas profundas, integradas e nativas, desenhadas para operar como infraestrutura.
É preciso uma infraestrutura inteligente, capaz de lidar com a complexidade e gerar valor de ponta a ponta, que não apenas digitalizam processos, mas os operam, conectam e fazem conversar. Aprendem com o histórico, se adaptam a regras mutáveis e entendem contexto.
Não se trata de IA genérica: é inteligência treinada especificamente para a realidade do trabalho. É tecnologia eliminando tarefas que esgotam pessoas, liberando tempo e energia para o que realmente importa.
O salto não está em simplificar artificialmente a realidade, mas em substituí-la de forma inteligente: trocar o nó da complexidade por código e LLMs que a assumem e a operam de dentro. Em vez de gestores se perderem em exceções, regras e cruzamentos impossíveis, a infraestrutura passa a absorver esse fardo e devolve clareza, precisão e velocidade.
O próximo salto: infraestrutura de agentes
Inteligência artificial não é mais um adereço. É uma nova arquitetura tecnológica. Não adianta encaixá-la em sistemas velhos, como um motor de foguete num carro sucateado. Não vai decolar.
O avanço que a economia brasileira precisa virá de uma nova categoria de empresas, que assumem a complexidade como parte do jogo. E o começo pode estar justamente na folha de pagamento. À primeira vista, parece insano. Na prática, a melhor forma de atacar o núcleo do problema.
Agentes de IA que operam no coração da organização: conectam áreas, automatizam decisões, aprendem regras locais e evoluem com elas. A folha é fundação, não acessório. A IA é motor, não recurso extra.
Quando finanças, operações, pessoas e tecnologia trabalham em conjunto, cada processo se torna mais preciso, cada decisão mais rápida, cada resultado mais previsível. Esse é o efeito de plataforma, aplicações e agentes operando em harmonia.
O valor dos problemas não sexy
Resolver folha de pagamento, encargos e compliance nunca foi glamoroso. Mas é aí que mora a oportunidade. Os problemas fundamentais, ignorados por anos, criam fossos difíceis de atravessar — e é neles que surgem empresas inevitáveis.
Os desafios mais árduos exigem profundidade técnica, obsessão por detalhes e resiliência diante da regulação. Eles afastam aventureiros, mas recompensam quem fica. É assim que se constroem empresas que se tornam infraestrutura crítica.
*Sebastian Mejia é fundador da Tako
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